O evento, realizado ao longo desta semana, reuniu diversos especialistas que discutiram soluções inovadoras para um futuro sustentável.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) encerrou nesta sexta-feira (08/11), no Palácio Tiradentes, sua sede histórica, a Jornada G20, evento promovido pelo Fórum de Desenvolvimento Estratégico da Alerj. Ao longo desta semana, o evento reuniu diversos especialistas para debater desafios e apresentar soluções inovadoras voltadas para um futuro sustentável. O objetivo do encontro foi construir um documento a ser encaminhado à Cúpula do G20 no Brasil, que acontece nos próximos dias 18 e 19, na cidade do Rio.
Os temas abordados incluíram sociedade civil organizada; mercado de trabalho e empreendedorismo; tecnologia e inovação; e desenvolvimento sustentável e as vozes do futuro. Neste último dia de debates, o foco foi a importância de políticas públicas para a juventude, empreendedorismo social e fortalecimento do protagonismo feminino.
A deputada Tia Ju ( Republicanos), que esteve à frente do evento, ressaltou a relevância dos debates e a importância dos temas abordados. “Esta Jornada foi fundamental para discutirmos questões essenciais do nosso Estado e do país, como o desenvolvimento socioeconômico, a inclusão social e o fortalecimento das políticas públicas. Nós já produzimos o nosso documento e iremos entregá-lo à Cúpula do G20, para que possamos fazer nossa contribuição. O Rio de Janeiro sempre foi protagonista na construção de ideias e acredito que o debate feito aqui refletirá em ótimos resultados”, afirmou.
O subdiretor-geral do Fórum da Alerj, Frederico Lima, também pontuou a importância do evento para a Casa Legislativa. “Chegamos ao final da Jornada, que, sem dúvidas, ficará na história da Alerj. Construímos um encontro que é reflexo das nossas vivências e do nosso compromisso com a sociedade e o desenvolvimento socioeconômico. Este momento reforça a nossa missão de seguir trabalhando juntos por soluções que realmente impactem a vida dos cariocas e fluminenses”, comentou.
Vozes do futuro
Um dos painéis de debate no encerramento do evento abordou a relevância da juventude para um futuro mais desenvolvido e promissor. A coordenadora municipal de Juventude de Volta Redonda, Larissa Garze, ressaltou a importância do fomento de políticas públicas para os jovens. “Olhando para essa jornada, vejo o quanto é essencial investir em políticas voltadas para a juventude. Afinal, os jovens são o futuro do nosso país”, observou.
Garze destacou ainda a necessidade de mostrar aos jovens que a política é uma ferramenta de transformação: “Quando apresentamos isso aos jovens, ajudando-os a se entenderem como sujeitos com direitos, transformamos realidades”.
Márcio Filho, presidente da Associação de Criadores de Jogos do Rio de Janeiro (Acjogos-RJ) falou sobre políticas públicas que incentivem a juventude empreendedora. Ele compartilhou sua própria experiência, contando que iniciou sua trajetória no empreendedorismo aos 15 anos, impulsionado pelo interesse em games.
“Esses jovens empreendedores são peças-chave para um futuro mais sustentável e desenvolvido. Políticas de incentivo são fundamentais para que a nova geração explore soluções inovadoras e contribua para o desenvolvimento social”, pontuou Filho.
Protagonismo feminino
Outra pauta abordada durante o evento foi o protagonismo das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentados no encontro, indicam que as mulheres representam 51,5% da população. No entanto, especialistas ressaltaram que, apesar de serem maioria, elas ainda enfrentam barreiras significativas para alcançar protagonismo e equidade no mercado de trabalho.
Bel Gurjão, consultora em Desenvolvimento Humano e Organizacional, trouxe para o debate pesquisas que destacam as disparidades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. De acordo com os dados, 52% das mulheres afirmam já ter sido questionadas sobre onde deixaram seus filhos enquanto estavam no trabalho. Além disso, 48% delas são demitidas até dois anos após a maternidade. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) também foi mencionada, apontando que, se as atuais taxas de desigualdade persistirem, levará cerca de 300 anos para que as mulheres alcancem equidade em relação aos homens no ambiente profissional.
“Precisamos criar políticas públicas e ações afirmativas que realmente promovam essa equidade entre homens e mulheres. Muitas vezes, não avançamos por puro preconceito, porque não acreditam na nossa capacidade. A sociedade precisa entender que o empoderamento feminino é um dos pilares essenciais para o desenvolvimento global”, apontou Bel Gurjão.
Ela também defendeu o envolvimento da sociedade civil e do poder público em ações coletivas, como campanhas de conscientização e programas de capacitação, tanto no setor público quanto no privado
No início dos debates desta sexta-feira, houve apresentação da Orquestra Juvenil Chiquinha Gonzaga, que é formada por jovens de escolas da rede pública do estado.