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Voluntários dedicam horas livres para atos de gentileza a pacientes internados na rede estadual

Suporte emocional contribui na recuperação dos hospitalizados e reforça ação no Dia Mundial da Gentileza | Foto: Mauricio Bazilio

Doadores de gentileza. Os voluntários têm desempenhado um papel de relevância na dedicação de tempo e de habilidades para ajudar outras pessoas, tudo por amor ao ofício e ao próximo. No Hospital Estadual Ricardo Cruz (HERCruz), em Nova Iguaçu, o projeto “Leitura sem Fronteira” promove a contação de história à beira leito, humanizando o período de internação do paciente, além de contribuir em sua recuperação. No Getúlio Vargas, na Penha Circular, a trupe “Os Cheios de Graça”, grupo formado por palhaços, aposta no sorriso como o melhor remédio.

O voluntariado é uma atividade que gera um impacto expressivo na sociedade, proporcionando diversos benefícios. Criado em 2000 e comemorado no dia 13 de novembro, o Dia Mundial da Gentileza busca inspirar as pessoas a tornar o mundo mais gentil, como dedicar cuidados básicos ao outro, oferecer apoio emocional e atividades recreativas para pacientes em tratamento.

Alessandra Lopes da Costa, apoiadora do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e funcionária do HERCruz, dedica 30 horas por mês do seu tempo livre ao trabalho de voluntariado. Duas vezes por semana, ela conta histórias para os pacientes internados, lê romances e biografias de artistas. Para ela, a atividade é um objetivo de vida.

Alessandra Lopes da Costa conta histórias para internos do hospital | Foto: Mauricio Bazilio

“Faço tudo de coração, pois me sinto realizada em servir o outro. Vejo como uma missão, uma corrente do bem, de empatia e de altruísmo – fazer o bem-estar, sem esperar nada em troca. O processo de humanização vai muito além do trabalho”, aponta a voluntária. O projeto “Leitura sem Fronteira” foi criado pela Assessoria Técnica de Humanização da SES e implantado em maio de 2024, na unidade.

Maiara Lima está com a pequena Thaylla Lorena, de 4 anos, internada há oito dias no Ricardo Cruz, com pneumonia, e gostou da experiência vivida com a filha.

“É muito bom. A contação de história infantil quebra com a rotina hospitalar da criança, pois acaba com a tensão da internação ao colocá-la em outro universo”, declarou a moradora de Mesquita, na Baixada Fluminense, de 28 anos.

Música ajuda pacientes internados a relaxar no HErCruz 

Outro projeto desenvolvido pelo HErCruz é o “Vozes que Curam”, que leva a musicoterapia aos pacientes uma vez por mês, em datas comemorativas. O coral é formado por sete voluntários que soltam a voz em enfermarias e no CTI, para pacientes com indicação terapêutica. 

“Fiquei muito emocionado com a apresentação ao ouvir “Como é grande meu amor por você”, de Roberto Carlos. É muito difícil ver isso em uma unidade de saúde. A música me trouxe relaxamento, alívio e bem-estar”, ressaltou Sílvio Martins da Silva, lanterneiro de 62 anos, morador de Nova Iguaçu, em tratamento de infecção urinária.

Sílvio Martins se emocional com o coral do HERCruz | Foto: Mauricio Bazilio

Aptidão pelo voluntariado começou cedo para “Filó do Borogodó

A vocação pelo voluntariado acompanha Kelli Bahia desde os oito anos de idade, período em que começou a acolher o outro. Aos 54 anos, ela reserva um dia do mês para arrancar sorrisos de pacientes em tratamento no Hospital Estadual Getúlio Vargas, Azevedo Lima, Carlos Chagas e Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, locais onde atua.

 “Sou palhaça há sete anos e há dois coordeno o grupo “Os Cheios de Graça”, que reúne 46 pessoas no Rio de Janeiro e 32 em São Paulo. Nas unidades, encarno a doutora “Filó do Borogodó”, que faz uma paródia do médico tradicional. Levo a arte através do riso para as pessoas com vulnerabilidade. Nessa troca de gentileza, recebo o dobro do que entrego”, frisa a diretora escolar, que tem vários cursos de palhaçaria hospitalar. 

Filó do Borogodó atua há sete anos como palhaça | Foto: Mauricio Bazilio

Com fratura na perna esquerda, consequência de um atropelamento de moto em outubro deste ano, Márcia de Andrade Silva classificou a “consulta” da doutora “Filó do Borogodó” como motivante.

“O sorriso tem força, energia e traz motivação para se superar as dificuldades de uma internação longa. Foi uma surpresa agradável conhecer a Filó”, disse a dona de casa, de 62 anos, do Engenho da Rainha.

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