Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de operação contra lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

A operação foi deflagrada um dia após a Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar o cantor Marlon Brendon Coelho Couto, mais conhecido como MC Poze do Rodo - (crédito: Reprodução/Instagram)

A operação visa desarticular o núcleo financeiro da facção Comando Vermelho, responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões

A influenciadora Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (3/6). A operação visa desarticular o núcleo financeiro da facção Comando Vermelho, responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões. 

“O esquema encabeçado pelo traficante ‘Professor’ (Phillip da Silva Gregório), morto neste domingo, envolve pessoas e empresas, incluindo a influenciadora esposa de um MC que foi preso e um homem investigado pelo FBI por ligação com a Al-Qaeda”, disse a Polícia Ci

Ainda segundo a corporação, os valores eram usados para compra de armas e de drogas, e também para promover a “narcocultura em bailes nas comunidades dominadas pela facção”.

“Ela (Vivi) e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (‘laranjas’) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro. As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito”, disse a Policia Civil, em nota enviada ao Correio.

A operação foi deflagrada um dia após a Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar o cantor Marlon Brendon Coelho Couto, mais conhecido como MC Poze do Rodo. Ele estava preso desde quinta-feira (29/5). O habeas corpus — ação que garante a liberdade de locomoção de uma pessoa — concedido ao artista revoga a prisão temporária. Ele é investigado por apologia ao crime e envolvimento com tráfico de drogas.

Veja a nota da Polícia Civil na íntegra:

Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) realizam, nesta terça-feira (03/06), uma operação para desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho, responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões. Os valores são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso restrito. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A ação inclui ainda ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias. O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades.

As investigações identificaram Philip Gregório da Silva, o “Professor”, como uma das figuras centrais da engrenagem financeira do Comando Vermelho, responsável por eventos como o “Baile da Escolinha”, que funcionava como ferramenta de dominação cultural e captação de recursos para o tráfico de drogas e armas. O criminoso morreu neste domingo (01/06), mas este fato não compromete o andamento do inquérito, tampouco interfere nas medidas judiciais em curso. Mesmo com sua morte, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo.

A apuração revelou outro nome de destaque, a influenciadora digital e esposa do cantor preso na última quinta-feira (29/05). Ela e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (“laranjas”) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro. As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito.

A posição dela, segundo os agentes, na estrutura criminosa é simbólica, pois representa o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais.

As investigações apontam ainda que um restaurante situado estrategicamente em frente ao local onde é realizado o “Baila da Escolinha” funcionava como ponto de lavagem de dinheiro, movimentando recursos provenientes do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita. O local era utilizado como polo logístico e símbolo de poder da facção, conectando a vida noturna da comunidade à engrenagem financeira do Comando Vermelho.

Outra empresa com papel relevante no esquema é uma produtora identificada como operadora de lavagem de dinheiro e fomentadora de bailes funk promovidos por integrantes da facção, que funcionavam como ponto de venda de drogas e difusão da narcocultura. As investigações revelaram que o responsável pela firma e a própria empresa figuram como destinatários diretos de recursos financeiros oriundos de operadores do Comando Vermelho, recebendo valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico.

Entre os remetentes identificados nas análises financeiras, destacam-se um segurança pessoal do traficante Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, chefe da facção no Complexo do Alemão, e outro indivíduo com histórico relevante no sistema financeiro informal ligado à facção, e procurado pelo FBI por suspeita de atuar como operador de valores para a Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.

*com informações do Correio Braziliense.

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