
Violência obstétrica é discutida por profissionais da saúde em Queimados
dezembro 19, 2017 /
‘Arena de Saberes: Diálogo pelo fim da violência – Do Pré Natal ao Pós-Parto’, título da 7ª edição do Fórum do Setor Técnico de Enfrentamento às Violências, que teve como objetivo principal discutir o papel e a postura do profissional de saúde antes, durante e depois do parto, perante às mulheres. No evento foram distribuídos panfletos, textos e vídeos para os profissionais, que tratavam justamente em criticar o modelo obstétrico violento e o excesso de intervenção médica em alguns casos.
“Na hora de fazer, você gostou, né?”, “Não chora não, ano que vem você está aqui de novo!”, “Se continuar com essa frescura, não vou te atender!” foram umas das frases citadas e criticadas pelos palestrantes, que foram os subsecretários de Saúde Kelly Lisboa e Uilen Barbosa. Para a subsecretária adjunta de Vigilância em Saúde e também enfermeira Kelly Lisboa, o evento é uma forma de alertar aos profissionais para esse tipo de violência. “A gente realmente tem que ter discussões sobre isso, e entender que isso tudo também é uma forma de violentar uma mulher. É preciso lembrar que até mesmo na hora do parto, as mulheres sofrem com a possibilidade de não terem seus direitos”, declarou.

Foto: Divulgação
Já para o subsecretário Uilen Barbosa, que além de enfermeiro também já trabalhou como professor, é importante ressaltar os dados da violência obstétrica, que assustam: uma em cada quatro mulheres no Brasil sofre violência durante a gestação ou parto. “Os dados são alarmantes e mostram que há uma cultura de violência dentro dos centros cirúrgicos e enfermarias. São eventos como esse que isso vai sendo exterminado no meio profissional. Estamos aqui pra fazer a diferença”, concluiu.
Coordenadora técnica do combate à violência obstétrica, Márcia Guimarães, 38 anos, acompanhou o Fórum do ínicio ao fim e aproveitou para se atualizar “Estamos todos aqui para aprender e renovar nosso trabalho. Existem diversas formas de violência contra à mulher, e essa não pode ser esquecida, é uma violência contra a mãe e contra o filho”, declarou.
Aloma Carvalho
