UFRJ pede socorro financeiro ao governo: ‘respiramos por aparelhos’

O déficit projetado para este ano é de R$ 380 milhões, ultrapassando em R$ 97 milhões o orçamento de custeio da instituição

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfrenta uma situação financeira “insustentável”, conforme declarado pelo conselho universitário em carta aberta publicada na sexta-feira (24). O documento pede ajuda urgente ao governo do presidente Lula (PT).

Segundo o conselho, a UFRJ vem sofrendo uma drástica redução orçamentária desde 2013, resultando em déficits milionários nos últimos dois anos. A Pró-reitoria de Finanças projeta um déficit acumulado de R$ 380 milhões para 2024, ultrapassando em R$ 97 milhões o orçamento de custeio da instituição para este ano, que é de R$ 283 milhões.

Embora a universidade tenha recebido apoio financeiro adicional do Ministério da Educação (MEC) para continuar operando, esses recursos não foram suficientes para manutenção de infraestrutura, como prédios e internet. “Sucessivas reitorias têm feito um esforço monumental para manter a universidade aberta, mas estamos respirando por aparelhos”, afirmou o conselho universitário.

Apesar de o governo federal ter iniciado um processo de recomposição orçamentária das universidades, o conselho da UFRJ destacou que o montante destinado à instituição está muito aquém do necessário e não cobre o passivo acumulado nos últimos anos. O texto conclui exigindo que o MEC esclareça qual é o plano do governo para a maior universidade federal do Brasil.

A UFRJ, que atende 60 mil alunos de graduação e 15 mil de pós-graduação em seus campi distribuídos por três municípios do Rio de Janeiro, além de 700 alunos do Colégio de Aplicação, enfrenta um momento crítico.

Em resposta à crise, os estudantes decidiram iniciar uma greve a partir do dia 11 de junho. As reivindicações incluem reajuste salarial para os trabalhadores, um plano nacional de assistência estudantil, recomposição orçamentária e o fim da política de austeridade fiscal.

“Nesse momento, precisamos juntar os estudantes, professores, técnicos e terceirizados na educação para lutar pelo que é nosso: orçamento para universidade pública e dignidade para estudar”, declarou Alexandre Borges, coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Com informações da Folha de S.Paulo

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