Primeira escola a desfilar no dia 3 de março (segunda-feira), a Unidos da Tijuca contará a história de Logun Edé, orixá da religião Iorubá, filho de Oxum e Oxóssi. O último título da escola no grupo especial foi em 2014 com o enredo “Acelera, Tijuca”, do carnavalesco Paulo Barros. No ano passado, a agremiação ficou em 11º lugar com o enredo “O Conto de Fados”. Para este ano, a escola apresentará o enredo “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respeita”.
Logun Edé representado como orixá menino
De acordo com o carnavalesco Edson Pereira, Logun Edé é representado por um orixá menino, onde estão presentes a sabedoria, bravura e a doçura. O enredo mostra que Logun Edé é representado como um orixá menino, que traz a natureza como sabedoria. “O nosso enredo será sobre Logun edé. Uma linda história de amor entre Oxum e Oxóssi, no qual vamos apresentar para todo o povo de santo e aqueles que não são do santo para que eles possam entender e aprender muito mais sobre a cultura e a diáspora africana e o quanto esse jovem menino e santo guerreiro é respeitado pelos mais velhos”, destacou o carnavalesco Edson Pereira quando apresentou o enredo.
Anitta é uma das compositoras do samba
Uma das compositoras do samba é a cantora Anitta, que em recente entrevista mostrou sua felicidade por a Unidos da Tijuca ter escolhido um tema que remete à religião afro-brasileira. A cantora se interessou e disputar a escolha do samba-enredo justamente porque a escola está homenageando Logun Edé, orixá de Anitta.
Agremiação foi fundada partir da fusão de quatro blocos
A Unidos da Tijuca foi fundada no dia 31 de dezembro de 1931 a partir da fusão de quatro blocos existentes nos morros da Casa Branca da Formiga e Ilha dos Velhacos. Em 1931, no dia 31 de dezembro, na subida da Rua São Miguel, 130, na casa 20, da família Vasconcelos, homens e mulheres se uniram para fundar a Unidos da Tijuca.
A agremiação é a terceira escola mais antiga do Brasil. Seus fundadores tinham o objetivo de defender as raízes tradicionais do folclore brasileiro e também de lutar pelas causas populares. Lutas que sempre se fizeram presentes no sangue e na alma de seus antepassados, sofridos e expurgados da expressão cultural que mais amavam e cultivavam: o samba.
Confira o samba da Unidos da Tijuca
Enredo: “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respeita”.
Carnavalesco: Edson Pereira
Compositores: Anitta / Estevão Ciavatta / Feyjão / Fred Camacho / Diego Nicolau / Miguel Pinto Guimarães / Lu[is Antonio Simas
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Reflete o espelho, Orisun
Nas águas de Oxum
À luz de Orunmilá
Magia que desaguou na ribeira
E fez o Caçador se encantar
Sou eu, sou eu
Príncipe nascido desse grande amor
Herdeiro da bravura e da beleza
É da minha natureza
A dualidade e o fulgor
De tudo que aprendi
O todo que reuni
Fez imbatível a força do meu axé
Com brilho imenso, desafio o consenso
Inquieto e intenso
Sou Lógun Edé
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
E no rufar dos Ilus, meu tambor
A fé no Kale Bokum assentou
A proteção dos meus pais, ofás e abebés
Sou a Tijuca e seus candomblés
Um lindo leque se abriu, orí do meu pavilhão
Amarelo-ouro e azul pavão
Orixá menino que velho respeita
Recebi sentença de pai Oxalá
Eu não descanso depois da missão cumprida
A minha sina é recomeçar
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Reflete o espelho, Orisun
Nas águas de Oxum
À luz de Orunmilá
Magia que desaguou na ribeira
E fez o Caçador se encantar
Sou eu, sou eu
Príncipe nascido desse grande amor
Herdeiro da bravura e da beleza
É da minha natureza
A dualidade e o fulgor
De tudo que aprendi
O todo que reuni
Fez imbatível a força do meu axé
Com brilho imenso, desafio o consenso
Inquieto e intenso
Sou Lógun Edé
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
Oakofaê, Odoyá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
E no rufar dos Ilus, meu tambor
A fé no Kale Bokum assentou
A proteção dos meus pais, ofás e abebés
Sou a Tijuca e seus candomblés
Um lindo leque se abriu, orí do meu pavilhão
Amarelo-ouro e azul pavão
Orixá menino que velho respeita
Recebi sentença de pai Oxalá
Eu não descanso depois da missão cumprida
A minha sina é recomeçar
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Lógun Edé, Lógun arô
Lógun Edé, loci loci Lógun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor
Entenda o samba da Unidos da Tijuca
Abebé: é um objeto sagrado e simbólico do candomblé e da umbanda, que representa a ligação entre as divindades e os seus fiéis. É um emblema das Iás, Oxum e Iemanjá.
Ijexá: é um ritmo musical e uma nação do candomblé que tem origem na Nigéria. É uma tradição afro-brasileira que se mantém viva na música popular e nas cerimônias de candomblé.
Ilu: é um tambor cerimonial usado no Candomblé e na Umbanda, associado ao orixá Xangô. É um instrumento sagrado que possui um som profundo e poderoso.
Okê Arô: é uma saudação a Oxóssi, um orixá do Candomblé que significa “Salve o grande caçador”. É uma expressão entoada pelos filhos de Oxóssi.
Loci Logun“: é uma saudação ao orixá Logun Edé, que significa “príncipe guerreiro”.
Ori: é um conceito metafísico iorubá que representa a intuição espiritual e o destino de uma pessoa. No Candomblé, Orí é um orixá, ou seja, um espírito cultuado, que está presente desde o nascimento até a morte.
Orisun: fontes e nascedouros das águas
Orunmilá: Orunmilá é uma divindade da mitologia iorubá, que é conhecida como orixá da sabedoria, da profecia e da adivinhação. É também conhecido como Ifá.
Oxum: Oxum é uma orixá feminina do Candomblé. É a senhora das águas doces, da fertilidade, do amor, da riqueza, da prosperidade, da beleza e da sensualidade.
Oakofaê: Não foi encontrada definição
Odoyá: é uma saudação à orixá Iemanjá, que é uma figura do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras. A palavra “Odoyá” vem do idioma yorubá e significa “mãe das águas” ou “deusa do mar”.
Ofá: é um arco e flecha; arma sagrada usada por Oxóssi, entidade das religiões afro-brasileiros, sincretizada em alguns estados como São Sebastião.
Kale bokun: Representando a calma e o equilíbrio, ele nos envolve com sua energia branca, trazendo harmonia e proteção para nossas vidas.
Logun Edé: Logun Edé é um orixá do candomblé que representa a riqueza, a fartura, a beleza, a abundância e o encanto. É filho de Oxum e Oxóssi, e é conhecido como o “príncipe guerreiro.