Suplente do União Brasil, Ricardo Abrão diz torcer pela inocência dos irmãos Brazão

Deputado federal Chiquinho Brazão, atualmente sem partido, é apontado pela Polícia Federal como mandante das mortes de Marielle Franco e de Anderson Gomes, ocorridas há seis anos no Centro do Rio.

Exonerado do cargo de secretário municipal de Ação Comunitária do Rio pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), Ricardo Abrão experimenta pela segunda vez em pouco mais de um ano do governo Lula o dissabor de ser suplente, o primeiro, do União Brasil no Rio.

Filho de Farid Abrão, o prefeito de Nilópolis morto pela Covid-19 durante a pandemia, Ricardo diz não acreditar, “do fundo do coração”, que seu amigo Chiquinho Brazão, deputado federal do União Brasil no Rio, seja o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco.

A Polícia Federal afirma, no relatório final das investigações, que Domingos Brazão, ex-deputado estadual e atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, também mandou matar Marielle seis anos atrás e que o crime foi arquitetado pelo delegado de polícia Rivaldo Barbosa, nomeado Chefe de Polícia no Rio durante a intervenção na área de segurança pública no governo Michel Temer.

_ Minha posição é de absoluta tranquilidade e de respeito ao trabalho das instituições. Vamos aguardar os desdobramentos. Torço pela inocência da família Brazão neste lamentável caso Marielle – disse Ricardo, por telefone, ao Nova Iguassu Online.

Não é a primeira vez que Ricardo Abrão deixa a Câmara dos Deputados na atual legislatura. No ano passado, ele assumiu o mandato em substituição a Daniela Carneiro, mulher do prefeito de Belford Roxo, nomeada por Lula ministra do Turismo em retribuição ao apoio de Waguinho na Baixada Fluminense. Como a nomeação de Daniela foi questionada pelo União Brasil, ela foi exonerada por Lula e teve que retornar à Câmara. Ricardo Abrão voltou a ser suplente.

Ricardo é um dos cinco deputados do União Brasil que assinaram um recurso pedindo ao TSE autorização para deixarem a legenda pela qual se elegeram sem o risco de perderem o mandato. Entre os cinco deputados, está Chiquinho Brazão, também em trânsito para o PRB. Como Eduardo Paes negociava o apoio do PRB à sua candidatura à reeleição, Ricardo Abrão acabou substituindo Chiquinho Brazão no secretariado de Paes.

Relator é favorável à prisão de Chiquinho Brazão, mas votação na CCJ é adiada

Membros do Partido Novo e do Republicanos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pediram vista do relatório que recomendou a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão por suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Com isso, os parlamentares do colegiado não puderam votar o texto elaborado pelo deputado Darci de Mattos (PSD-SC).

O pedido de vista é válido por duas sessões, contadas a partir desta quarta, o que impede o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de levar ainda nesta semana a votação a plenário. O argumento para o pedido de vista foi de que o texto foi protocolado pouco antes do início da sessão, o que impediu o estudo do relatório. Deputados da base governista pedem, neste momento, para que Lira “puxe” a discussão para o plenário, sem consultar a CCJ – o que seria uma prerrogativa regimental.

Compartilhe
PC Online

Mais lidas

Publicidade
Veja também

Faça a sua pesquisa