Secretaria de Estado da Mulher vai às escolas para falar com estudantes sobre violência contra meninas e mulheres

Ações acontecem em parceria com a Secretaria de Educação e buscam prevenir casos de violência doméstica e familiar

Na última quarta-feira (21/08), alunos do Colégio Estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste, receberam uma equipe da Superintendência de Enfrentamento às Violências da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) para uma palestra sobre violência contra meninas e mulheres. A ação é uma parceria das secretarias de Estado de Educação e da Mulher e faz parte de encontros formativos que acontecem dentro do projeto ‘Seeduc Mais Perto’.   A iniciativa tem como foco a prevenção e a reafirmação de que, em qualquer relacionamento, tudo precisa ser consentido.

-A proteção às meninas e mulheres é um compromisso público que mobiliza o Governo do Estado de forma integrada. Temos atuado de forma transversal para garantir políticas públicas eficazes, porque todas têm direito a um futuro brilhante e sem violências. A parceria com a Secretaria de Educação nas escolas tem sido fundamental para atuarmos no campo da prevenção – diz a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

A ação cumpre a implementação da Lei nº 14.164, que determina que as instituições de educação infantil e de ensinos fundamental e médio passem a abordar conteúdos sobre o enfrentamento à violência contra a mulher.

Os encontros ensinam o que é violência, os tipos de violência e como identificá-los. Os adolescentes ainda aprendem sobre desigualdades, interseccionalidade e equidade. Para o amparo em qualquer emergência, são apresentadas as leis que garantem a proteção integral das meninas e mulheres e como agir ao identificar situações de violência.

Para o estudante Lucas Oliveira, de 18 anos, a conversa gerou reflexão sobre como deve ser um relacionamento saudável e livre de violências:

– É essencial que nós cresçamos discutindo esses assuntos para reconhecer que o assédio e a violência não são aceitáveis. É importante aprender desde cedo para construir uma base sólida para a vida, e essa reflexão acaba nos levando a pensar não apenas a violência contra a mulher, mas também a praticada contra todas as comunidades que sofrem preconceitos e violências, como LGBTs, negros, indígenas e outros grupos.

Uma análise publicada na revista científica “The Lancet Child & Adolescent Health”, na última semana, mostra que, das meninas adolescentes que estão em relacionamentos íntimos, cerca de uma em cada quatro (24%) deve sofrer um episódio de violência física e/ou sexual pelo parceiro até os 20 anos de idade.

Ana Emilly Marques, de 16 anos, apontou que, por falta de conhecimento, muitas meninas podem se tornar vítimas de violência no namoro:

– Quando você é muito jovem e entra em um relacionamento, pode ter dificuldade de perceber até onde permitir que a outra pessoa vá, inclusive porque nessa fase temos dificuldade em compreender o respeito por nós mesmas. Muitas vezes há a insegurança de dizer “não”, pois, embora queiramos ser amadas e desejadas, não queremos nos sentir desconfortáveis.

A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, aponta que a ação de prevenção a esse tipo de violência é fundamental para que as meninas não se tornem parte das estatísticas.

– Esta parceria com a Secretaria da Mulher é fundamental para fortalecer as redes de apoio e proteção aos direitos das mulheres.  Essa é uma luta de todos nós, e levar esse trabalho para dentro da escola é o primeiro passo para formar gerações mais conscientes e comerçarmos, de fato, a mudar essa realidade – diz Roberta.

A superintendente de Enfrentamento às Violências da SEM-RJ, Giulia Luz, conta que os encontros com os adolescentes possibilitam que eles tirem suas dúvidas:

-Tanto as meninas como os meninos se mostram muito interessados e com muito a dizer em relação às suas experiências e reflexões. Também é importante ressaltar que os meninos têm a oportunidade de refletir sobre como a desigualdade de gênero também os afeta, demonstrando, na maioria das vezes, surpresa com os dados apresentados.

Compartilhe
Categorias
Publicidade
Veja também