Rio registra número 4 vezes maior de pinguins no litoral em 2024 e liga alerta de ambientalistas

365 pinguins já foram detectados; presença atípica dos animais no Rio pode representar desequilíbrio ambiental, como temperaturas mais altas e menos alimentos durante a rota de migração

Pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos registraram 365 pinguins no litoral do Rio de Janeiro, entre maio e julho deste ano. O número é quatro vezes maior do que os registros do ano passado.

O que parece uma boa notícia pode ser um sinal de desequilíbrio ambiental, segundo especialistas. Isso porque a maior presença desses animais na costa fluminense pode indicar que eles não estão encontrando alimentos suficientes durante a rota de migração.

“A gente tem algumas perguntas que ainda precisam ser testadas. Pode ter havido uma maior sobrepesca nesse período, a temperatura que foi um pouco diferente também. Então, isso pode ter afetado os peixes de que eles se alimentam. Com isso, a área de alimentação deles pode ter alterado”, explicou o biólogo Bruno Corrêa Meurer.

O coordenador do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos da Universidade Santa Úrsula, Bruno Corrêa Meurer, explica que os animais chegam desnutridos e muito debilitados, depois de uma viagem tão longa, que começa na Patagônia.

População deve evitar contato

Com tantos pinguins no litoral, muitas pessoas conseguiram registrar a presença deles no Rio. Os animais foram filmados em Araruama, na Região dos Lagos, em Niterói, na Região Metropolitana, e em várias praias da capital fluminense nas últimas semanas.

Por mais que pareçam animais dóceis, eles precisam de ajuda, e a população deve evitar ter contato com eles. A orientação dos biólogos é para sempre chamar órgãos responsáveis para fazer o resgate.

“A recomendação é: se o pinguim consegue nadar sozinho, deixa ele. Mas se ele começar a boiar, como pato, já tem alguma coisa errada. Aí liga para equipe de resgate”.

“É muito importante isso porque a equipe de resgate tem o equipamento de proteção individual. São animais selvagens que tem patógenos, que podem contaminar o ser humano. Nós, seres humanos, podemos contaminar eles também. Então é muito importante ligar para a equipe de resgate”, completou o Bruno Meurer.

Com informações do g1.

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