Com a chegada de uma frente fria, a situação pode ficar mais grave no Rio Grande do Sul. A partir desta quarta-feira (8) estão previstas chuvas com volumes acima de 100 milímetros para algumas cidades, queda de temperatura e ventos de até 100 km/h. (Veja abaixo a lista de cidades impactadas)
🌧️ O avanço desta nova frente fria é consequência de um ciclone extratropical formado próximo à costa da Argentina. Segundo a Climatempo, o sistema não vai passar pelo Rio Grande do Sul, mas favorece a intensidade dos ventos na região Sul do país – além de provocar o retorno da chuva ao estado.
👉 A chuva deve começar no fim desta manhã e se estender por toda a tarde, seguindo com o tempo chuvoso até o domingo (12). Os volumes maiores são esperados a partir de quinta-feira.
Segundo os meteorologistas, a chuva e os ventos neste momento podem piorar o cenário pelos seguintes pontos:
- O vento ajuda a escoar a água que está acumulada e neste momento corre no mesmo sentido da água — o que ajuda a acelerar o processo. No entanto, a partir desta noite, com o reforço da chuva, o vento muda de direção e passa a soprar na direção contrária ao escoamento.
- Hoje, como a frente vem da Argentina, ela vai impactar com mais força a parte sul do estado. Essa região é a de escoamento da Lagoa dos Patos, que ajuda a levar a água do Guaíba. Com a chuva, o nível de água pode ficar ainda mais alto.
- Entre quinta-feira e domingo, a frente deve subir para a metade norte do Rio Grande do Sul. O ponto de atenção é que esses são os dias em que a chuva deve ficar mais intensa e ela atinge, justamente, a cabeceira dos rios do estado.
O ponto preocupante é que a chuva vai atingir regiões já bem afetadas pelos alagamentos, mas vai fazer subir o nível da água nas cabeceiras. Essa água, depois, pela geografia do estado, vai descer e agravar o problema.
— Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
👉O Rio Grande do Sul já contabiliza 95 mortos e mais de 130 desaparecidos por conta das chuvas. Há 207,8 mil pessoas fora de casa e estima-se que mais de 1,4 milhão de pessoas já foram afetadas.
Cidades sob grande alerta
Por conta do grande volume de chuva previsto para os próximos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois avisos meteorológicos: um de grande perigo e outro de perigo. As classificações variam por causa do volume de chuva.
- Grande perigo
🔴O alerta de “grande perigo” engloba o extremo sul do estado. Nas regiões sob esse aviso, o volume de chuva pode superar os 100 milímetros por dia, com ventos superiores a 100 km/h e queda de granizo.
Estão incluídas no alerta:
- Aceguá
- Arroio Grande
- Bagé
- Candiota
- Canguçu
- Capão do Leão
- Cerrito
- Chuí
- Herval
- Hulha Negra
- Jaguarão
- Morro Redondo
- Pedras Altas
- Pedro Osório
- Pelotas
- Pinheiro Machado
- Piratini
- Rio Grande
- Santa Vitória do Palmar
- São José do Rio Norte
Extremo sul do estado deve ter o maior volume de chuva nesta quarta (8). — Foto: Inmet
- Perigo
🟠O alerta de “perigo” abrange a parte mais central do Rio Grande do Sul. Nesses locais, os volumes podem chegar a 100 milímetros de chuva, com ventos intensos, entre 60 km/h e 100 km/h.
As cidades incluídas no pelo alerta são:
- Alegrete
- Amaral Ferrador
- Arambaré
- Arroio do Padre
- Barra do Quaraí
- Caçapava do Sul
- Cacequi
- Cachoeira do Sul
- Camaquã
- Chuvisca
- Cristal
- Dilermando Aguiar
- Dom Feliciano
- Dom Pedrito
- Encruzilhada do Sul
- Formigueiro
- Garruchos
- Itacurubi
- Itaqui
- Jaguari
- Lavras do Sul
- Maçambará
- Manoel Viana
- Mata
- Mostardas
- Nova Esperança do Sul
- Quaraí
- Rosário do Sul
- Santa Margarida do Sul
- Santa Maria
- Santana da Boa Vista
- Sant’Ana do Livramento
- Santiago
- Santo Antonio das Missões
- São Borja
- São Francisco de Assis
- São Gabriel
- São José do Norte
- São Lourenço do Sul
- São Sepé
- São Vicente do Sul
- Tapes
- Tavares
- Turuçu
- Unistalda
- Uruguaiana
- Vila Nova do Sul
Parte central do estado está sob alerta de “perigo” por causa das chuvas. — Foto: Inmet
🚨 O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden), órgão ligado ao governo federal e que faz a comunicação de risco para a Defesa Civil, informou que com a condição de chuva e os ventos, a situação deve permanecer de inundação e saturação do solo, deixando as bacias da região com níveis elevados.
Com isso, estão mantidos os alertas de risco hidrológicos, especialmente para a metade sul do estado.
Temporais no RS: entenda como o relevo de Porto Alegre e as ‘marés de tempestade’ travam escoamento
Quando termina o bloqueio atmosférico?
O bloqueio atmosférico vivido pelo país, que contribui para que as chuvas se concentrem no Sul, ainda deve durar ao menos mais uma semana.
🌡️ O sistema é responsável por deixar o ar quente e seco na áreas do Centro-Sul do país, dificultando a formação de nuvens nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, ele impede que as frentes frias avancem para o interior do país.
Segundo Luengo, é difícil prever com antecedência quando os bloqueios serão quebrados, mas os modelos indicam que as condições meteorológicas devem mudar a partir da segunda quinzena do mês.
“Mas isso não quer dizer que a chuva para no Sul. Ela só deve diminuir em relação ao que estamos observando nos últimos dias”, comenta o meteorologista.
*com informações do G1.