O anúncio do projeto Rio AI City, feito neste fim de semana pelo prefeito Eduardo Paes, pretende transformar o Rio de Janeiro no maior hub de data centers da América Latina. Paes viajou no último sábado para os Estados Unidos para vender a ideia do Rio Capital da Inteligência artificial. A iniciativa impulsiona o desenvolvimento de tecnologias como inteligência artificial, computação em nuvem e big data — todas fortemente dependentes de um suprimento elétrico estável e de baixo carbono.
Especialistas do setor energético alertam que o sucesso dessa nova era digital exige mais do que apenas investimentos em tecnologia: é preciso garantir energia limpa, segura e contínua. “É nesse ponto que a energia nuclear se torna estratégica. Diferentemente de fontes intermitentes como solar e eólica, a geração nuclear opera 24 horas por dia, todos os dias, com zero emissão de carbono, oferecendo a estabilidade que os data centers e sistemas de IA exigem”, explica Jan Carlos Sens, Diretor da LZA Engenharia.
O movimento recente das gigantes da tecnologia — como Amazon, Google e Meta — em defesa da expansão da energia nuclear, reforça esse cenário. Na COP28, 22 países assumiram o compromisso de triplicar a capacidade nuclear até 2050. “O Brasil, que possui vastas reservas de urânio e domínio tecnológico do ciclo do combustível nuclear, precisa estar atento. A entrada em cena de hubs digitais como o Rio AI City exige uma matriz energética preparada para essa nova demanda”, afirma Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN).
“Se o Rio quer liderar a revolução da inteligência artificial, não pode deixar de lado a energia que sustenta esse futuro”, finaliza Cunha.