Um relatório elaborado pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Militar (SSI) aponta que mais de 90% dos 492 fuzis apreendidos no Rio, ao longo do ano passado, foram fabricados fora do país. Divulgado neste domingo (21), o estudo indica que a maioria desses armamentos de grosso calibre veio dos Estados Unidos, fabricados pela empresa Colt.
Segundo o levantamento, somente dessa fabricante foram apreendidos 199 fuzis, além de 43 de outras marcas de empresas do Oriente Médio e Europa. A outra fatia desse montante de armamentos, com 194 apreensões, não possuíam marca, sendo trazidos para o Brasil em peças. Essas partes chegam de forma ilegal e são montadas por armeiros envolvidos com as principais facções criminosas que atuam no Estado.
O relatório da PM indica ainda que a maioria desses fuzis foi encontrada em áreas onde há disputa territorial entre facções ou milícias. As regiões com maior incidência de apreensão estão na Zona Oeste da capital e em cidades da Baixada Fluminense. Há também um número elevado de armamentos apreendidos em bairros da Zona Norte, como Jacarezinho, Lins de Vasconcelos e Campinho.
A cidade com maior alta de apreensões em relação ao ano anterior, segundo o relatório da corporação, foi São João de Meriti. Na localidade, foram encontrados 28 fuzis em 2023, cerca de 460% acima do que havia sido registrado no ano anterior.
A segunda cidade em números também fica na Baixada. Duque de Caxias teve 49 armamentos apreendidos pela PM, com alta de 188% em relação a 2022.
Expansão da violência
Ainda de acordo com o levantamento, também foi identificada uma tendência de avanço da presença desse tipo de armamento para as regiões Sul, Costa Verde, Norte e Noroeste Fluminense. Ao todo, foram apreendidos 20 fuzis nas cidades dessas regiões.