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Quem são as vítimas do tiroteio entre traficantes e policiais durante operação no Complexo de Israel

Renato Oliveira cochilava dentro do ônibus da Viação Tinguá quando um tiro disparado por bandidos da Cidade Alta o atingiu na cabeça

Seis pessoas foram atingidas por tiros durante o tiroteio em operação policial no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira. Três dos baleados morreram.

Quem são as vítimas do tiroteio no Complexo de Israel?

Júlio Santos da Costa, amigo de Paulo Roberto de Souza, disse que a vítima trabalhava como motorista de aplicativo e chegou a ser socorrida por um passageiro. No entanto, apesar de ter sido levado para o Hospital Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, Paulo não resistiu.

— A bala entrou por trás do carro e pegou, infelizmente, na cabeça dele. O passageiro socorreu, ajudou e veio até aqui junto com um policial, mas ele veio a óbito. Ele era motorista de aplicativo, estava trabalhando, mais um trabalhador perdendo a vida por conta desses tiroteios no Rio de Janeiro — contou Júlio Santos da Costa.

Segundo Júlio, a vítima deixa filhos, neto e a esposa. O vigilante afirma que a lembrança que o amigo deixa é de uma pessoa honesta e trabalhadora:

— Ele era muito honesto, trabalhador, mas o Rio está isso aí. Agora tem que descobrir de onde veio essa bala e prender os marginais dessa guerra constante na cidade.

Mais uma vítima, Geneilson Eustáquio Ribeiro, 48 anos, deu entrada no Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, com perfuração no crânio, foi entubado em quadro gravíssimo. Ele foi transferido para o Hospital Adão Pereira Nunes, onde chegou a entrar em cirurgia mas não resistiu. Geneilson traballhava em uma empresa especializada em transportes e fretes, a Velocitta.

Outro morto é Renato Oliveira Alves Reis, de 48 anos, também baleado na cabeça. Ele estava sentado em um banco do ônibus 493 (Central x Ponto Chic), da empresa Tinguá, cochilando, quando a bala o acertou. Ele havia sido levado para o Hospital Federal de Bonsucesso em estado gravíssimo.

O filho de Renato Oliveira chegou ao Hospital Federal de Bonsucesso antes das 9h, abalado com a notícia de que o pai fora baleado na cabeça dentro do ônibus na Avenida Brasil. Ele não quis se identificar nem falar com a imprensa, saiu da unidade hospitalar para receber Adonias Cláudio dos Santos, de 39 anos, amigo de Renato que também estava no ônibus quando o tiroteio começou. Os dois deram um abraço emocionado e voltaram juntos para o hospital.

Renato Oliveira morava no bairro Cerâmica, em Nova Iguaçu, e trabalhava numa empresa terceirizada que oferece serviços à Marinha. Nesta quinta-feira, decidiu que iria fazer o café da manhã no trabalho, colocou refrigerante e mortadela na bolsa, e esperou o amigo Adonias Cláudio dos Santos para pegarem o ônibus 493 (Ponto Chic x Central).

O amigo de Adonias Cláudio dos Santos foi baleado no tiroteio: “Eu olhei pra trás e vi o sangue saindo da cabeça dele. Como que vai ser agora?” — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Segundo Adonias, o tiroteio começou rapidamente e obrigou os passageiros do ônibus Tinguá x Central a se jogarem no chão. Renato, contudo, não teve tempo de reação:

— Eu olhei para trás e vi o sangue saindo da cabeça dele. Como vai ser agora? Nós éramos vizinhos, nós víamos todo dia! A realidade do Brasil é essa, a gente sai de casa e não sabe se vai voltar.

Adonias contou que o amigo tirou um cochilo durante a viagem de ônibus:

— Ele estava indo para o trabalho e ia fazer o café da manhã. Ele estava com refrigerante e mortadela na bolsa, aí, falou assim: “Adonias, eu vou dar um cochilo aqui”. E eu respondi com um “vai lá, quando chegar próximo eu te aviso”. Mas olha aí…. É muita tristeza, a gente fica sem chão — lamentou Adonias.

Outro homem levou tiro no antebraço esquerdo, foi atendido e teve alta no Hospital de Bonsucesso. O terceiro internado é Pedro Henrique Machado Moreno de Sousa, de 27 anos. Ele foi ferido nas nádegas. O tiro transfixou e passou pelo sacro, no final de uma vértebra, e saiu pela frente. Ele ficará internado no setor de ortopedia em observação. Ele está sob escolta da polícia. Os três foram socorridos por equipes da Polícia Militar. A operação foi encerrada em razão da forte resistência dos criminosos.

Alayde dos Santos Mendes, de 24 anos, teve perfuração na coxa direita, com lesão superficial. Após avaliação médica, ela recebeu alta hospitalar com orientações.

Com informações do O Globo

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