Programa de reciclagem coleta mais de 1,9 milhão de bitucas de cigarro em Nova Iguaçu

As caixas coletoras estão disponíveis em pontos de grande circulação, prédios públicos, pontos de ônibus, hospitais, unidades de saúde, sede da Prefeitura e secretarias, entre outros locais. Fotos: PMNI/divulgação.

Uma bituca de cigarro no chão pode ser considerada um resíduo qualquer. Mas se seu descarte for feito de maneira correta, ela passa a ter um significado enorme para o meio ambiente e para a economia circular. Em Nova Iguaçu, a Prefeitura já instalou mais de cem caixas coletoras para sua reciclagem. Preocupada com a sustentabilidade e uma cidade mais limpa, desde 2019, a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb) já recolheu mais de 1,9 milhão de bitucas, representando 765 kg de lixo tóxico que não foi indevidamente descartado no solo, água ou aterro. Somente no primeiro semestre deste ano, foram coletadas mais de 164 mil bitucas. Quarenta mil a mais, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Para dar uma  destinação correta da bituca, resíduo mais encontrado no mundo, formado por papel, filtro (composto de acetato de celulose), cinzas, restos de tabaco, entre outros, a Prefeitura de Nova Iguaçu, por meio da Emlurb, tem uma parceria com a empresa Poiato Recicla para transformar esse resíduo em massa celulósica, que é utilizado para a confecção de artesanatos e também para trabalhar a educação ambiental nas escolas. Nova Iguaçu é a primeira e única cidade do Estado do Rio a desenvolver esse projeto.

Um dos bloquinhos usados por alunos das escolas da rede municipal fabricados com a reciclagem das bitucas, por exemplo, tem em sua composição aproximadamente 15 bitucas. A massa celulósica, que pode ser tingida, não tem cheiro e não contamina o meio ambiente, também pode ser feito arranjo de flor, porta guardanapo, buquê de noiva, entre outros produtos.

As caixas coletoras estão disponíveis em pontos de grande circulação, prédios públicos, pontos de ônibus, hospitais, unidades de saúde, sede da Prefeitura e secretarias, entre outros locais.

“As caixas coletoras estimulam as pessoas a não descartarem a bituca no chão. É importante dar destinação correta deste resíduo, pois uma bituca tem mais de sete mil substâncias tóxicas. Duas bitucas de cigarro, misturadas em 1 litro de água, equivale a 1 litro de esgoto doméstico. Ela causa muitos danos ao meio ambiente e leva 15 anos para se decompor”, afirma Anna Clara Ramos, responsável pelo Programa de Coleta Seletiva e Educação Ambiental da Emlurb.

Fumante há 40 anos, a diarista Clarise Araújo Castro disse que as caixas coletoras de bitucas de cigarro são importantes para a conservação do meio ambiente.

“Elas não vão fazer as pessoas pararem de fumar, mas vão mostrar que as bitucas podem ser descartadas corretamente, deixando a cidade mais limpa. Eu mesma peguei esse hábito”, lembrou ela.

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