O prefeito de Nova York, nos Estados Unidos, Eric Adams, foi indiciado, nesta quinta-feira (26/9), sob a acusação de ter aceitado subornos e contribuições ilegais de campanha de fontes estrangeiras e manipular o programa de fundos correspondentes da cidade para beneficiar a campanha à Prefeitura.
Segundo a acusação, a campanha de Adams recebeu mais de US$ 10 mil em fundos correspondentes como resultado das certificações falsas.
As investigações, segundo revelou o New York Times, teve início em 2021 e se concentraram em saber se Adams conspirou com o governo turco para receber contribuições ilegais de campanha estrangeiras e se ele tomou medidas oficiais em seu nome.
Depois que o FBI apreendeu o celular pessoal de Adams, em novembro, ele alegou que havia mudado recentemente a senha do telefone, e não conseguia se lembrar da nova, não a fornecendo aos agentes, de acordo com a acusação.
A denúncia afirma que o prefeito “solicitou e exigiu” subornos, incluindo viagens de luxo gratuitas com grandes descontos de uma autoridade turca, que estava pleiteando a ajuda de Adams para mudar os regulamentos do consulado turco em Manhattan, em Nova York.
Nas trocas de mensagens obtidas pelo Ministério Público dos EUA, em 2019, enquanto combinava uma possível viagem à Turquia, um funcionário da prefeitura disse a Eric Adams: “Para ficar seguro, apague todas as mensagens que você me enviar”. Como resposta, o prefeito afirmou: “Sempre faço isso”.
Adams gravou um vídeo, nessa quarta-feira (25/9), em que alega ser inocente. Ele argumentou que as acusações, reveladas nesta quinta-feira, “serão inteiramente falsas, baseadas em mentiras”.
“Eu sempre soube que se, eu me mantivesse firme pelos nova-iorquinos, eu seria um alvo — e um alvo eu me tornei. Se eu for acusado, sou inocente e lutarei contra isso com cada grama da minha força e espírito”, ressaltou o prefeito de Nova York.
Após a Mansão Gracie, residência oficial do prefeito, ser alvo de mais de um mandato de busca e apreensão, Adams, cercado por importantes clérigos negros e líderes cívicos, fez uma coletiva de imprensa na qual prometeu continuar com suas funções como prefeito e pediu aos nova-iorquinos que esperassem para fazer qualquer julgamento até que ele apresentasse a defesa.
“É um dia infeliz. E é um dia doloroso. Mas dentro de tudo isso está um dia em que finalmente revelaremos por que, por 10 meses, passei por isso. E estou ansioso para me defender”, destacou o prefeito.
Diversos altos funcionários da administração do prefeito vinham renunciando aos cargos desde o começo de setembro, antes que as notícias da acusação fossem divulgadas, após investigadores federais apreenderem dispositivos do comissário de polícia, do reitor de escolas, de dois vice-prefeitos e outras pessoas de confiança dentro e fora da Prefeitura.