O policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão foi preso nesta terça-feira pelo assassinato do empresário Marcelo dos Anjos Abitan da Silva em frente ao hotel Wyndham Rio Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O crime, ocorrido na madrugada de domingo, começou com uma discussão sobre o acesso à garagem do hotel. Marcelo também era assessor parlamentar da vereadora Vera Lins.
Segundo investigações, Marcelo retornava do trabalho em Madureira e, ao chegar ao hotel, encontrou a entrada da garagem bloqueada por um carro. O veículo pertencia a Raphael, que morava no local, mas não havia atualizado seu cadastro. Ao perceber a situação, Marcelo começou a buzinar, exigindo a liberação do acesso. Raphael, que estava na portaria, aproximou-se para resolver a situação, iniciando uma discussão com o empresário.
Discussão porque carro de policial barrava entrada
Câmeras de segurança registraram o momento em que ambos trocaram palavras exaltadas. Raphael, armado, ordenou que Marcelo se afastasse. O empresário, no entanto, continuou avançando lentamente, o que levou o policial a disparar. Marcelo foi atingido na barriga, gritou e tentou correr, mas caiu após levar mais dois tiros. Enquanto o empresário agonizava, Raphael teria dito a um funcionário: “Tentei falar com ele e agora deu nisso aí. Chama a polícia.”
Após o crime, o policial permaneceu no hotel por cerca de 10 minutos antes de fugir. Testemunhas relataram que ele acelerou seu carro para quebrar a cancela e deixar o local. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas Marcelo foi declarado morto no local.
Ainda no domingo à noite, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) solicitou a prisão de Raphael. A Justiça decretou prisão temporária de 30 dias para preservar a coleta de provas e depoimentos. Segundo o juiz Orlando Eliazaro Feitosa, há risco de interferência nas investigações, especialmente pelo fato de o policial estar em local incerto e, possivelmente, ainda portando a arma do crime.
Raphael foi detido na terça-feira, mas optou por permanecer em silêncio e só se manifestar em juízo. A Polícia Civil reforçou em nota que não compactua com desvios de conduta ou crimes cometidos por seus servidores e garantiu que a investigação seguirá conforme a legislação.
O advogado do policial, Saulo Carvalho, afirmou que Raphael acionou órgãos de segurança após o ocorrido e se colocou à disposição para esclarecimentos. No entanto, a prisão preventiva foi mantida, enquanto testemunhas e provas seguem sendo analisadas pela DHC.
Com informações de O Globo