“Isso não pode ser um crime de ostentacão do poder do crime organizado. Nós vamos destruir, a polícia vai jogar isso abaixo”. Esta foi a reação do delegado Felipe Kuri, Secretário da Polícia Civil do Rio, em entrevista, ao vivo, aos apresentadores Flávio Fachel e Silvana Ramiro, do Bom Dia, Rio ( Tv Globo), ao comentar a ocupação do “resort do crime” , em Parada de Lucas (complexo de Israel), por dezenas de policiais civis e militares, Zona Norte do Rio de Janeiro. A Justiça deferiu o pedido de apreensão dos equipamentos do Resort Green encontrados no local. Quatro criminosos foram presos na operação e encaminhados à Cidade da Polícia.
O espaço começou a ser demolido pelas polícias Civil e Militar durante uma operação. Os agentes destruíram piscina, churrasqueira e outros ambientes. Já o lago artificial, onde estavam cerca de 200 carpas, começou a ser esvaziado. A estimativa é que cada animal tenha custado cerca de R$ 3 mil — o investimento total somente nos peixes teria sido de R$ 600 mil.

Os bandidos que frequentavam o “resort do crime” dispunham dos serviços de uma academia de ginástica e acesso a um lago com água limpa com o desvio de um rio e do desmatamento irregular de uma área verde. Construído pelo crime organizado, comandado naquela região pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, líder do Terceiro Comando Puro (TCP), no Complexo de Israel, na manhã desta terça-feira (11) o “resort do crime” produziu imagens paradisiácas para a audiência do telejornal.
Máquinas retroescavadeiras, pás mecânicas, massaricos e caminhões estão subindo ao Complexo de Isarel para destruirem uma ponte que dá acesso ao resort. Centros municipais de saúde , escolas e linhas de ônibus que passam pelo local estão fechados na área. A circulação dos trens do ramal de Saracuruna também foi afetado, durante a madrugada, pela operação das forças de segurança.
Bandidos atearam fogo em barricadas para dificultar o acesso dos policiais à comunidade. As barricadas foram destruída pelas retroescavadeiras. Durante a madrugada houve confronto. A Avenida Brasil foi interditada para que 40 viaturas das forças de segurança ( Bope, Core, Recom, Delegacias especializadas) entrassem na comunidade, mas neste momento está liberada ao tráfego de veículos. Não há mais troca de tiros no Complexo de Israel.