PF prende quatro no Rio em operação contra quadrilha que produzia fake news em eleições

Investigações revelam que organização criminosa atua desde 2016 e já influenciou em ao menos três eleições municipais

A Polícia Federal deflagrou no Rio a Operação Teatro Invisível para desarticular uma organização criminosa que propagava informações e notícias falsas sobre candidatos em campanhas eleitorais para prefeitos. Quatro suspeitos de participarem do esquema foram presos. Segundo as investigações, eles atuam desde 2016, influenciando em ao menos três eleições em mais de 10 municípios do Rio de Janeiro.

Os agentes cumpriram os quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. A PF também conseguiu o bloqueio de R$ 1milhão de cada investigado. Eles são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, uso de “laranjas” para burlar incompatibilidades com o exercício da função pública, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e crimes eleitorais relacionados a desinformação.

As investigações revelam que os membros moram, sem sua maioria, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, mas isso não impediu de atuarem em outras cidades do Rio. Os chefes da quadrilha já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades Rio. Eles ainda teriam desenvolvido um esquema de contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral nos municípios. Após contratadas, as pessoas recebiam as instruções de coordenadores para propagar fake news sobre um determinado candidato à Prefeitura.

PF deflagra a Operação Teatro Invisível no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense — Foto: Divulgação/PF
PF deflagra a Operação Teatro Invisível no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense — Foto: Divulgação/PF

Para ter êxito, os funcionários se infiltravam em locais com aglomerações de pessoas como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, para difundir aos eleitores falsas afirmações sobre os adversários políticos. Para realizar o trabalho, cada um recebia cerca de R$ 2 mil mensais, enquanto os coordenadores tinham um salário de R$ 5 mil.

A Polícia Federal ainda investiga se durante o período eleitoral, esses coordenadores deixavam seus cargos públicos e nomeavam laranjas e funcionários fantasmas para substitui-los.

A quadrilha ainda acompanhava o resultado do seu trabalho diariamente, elaborando relatórios diários das atividades, como a quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso.

Com informações do GLOBO.

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