A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira o oitavo suspeito de ajudar na fuga dos dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte. O homem é suspeito de integrar uma rede de apoio mobilizada pelo Comando Vermelho para ajudar Deibson Nascimento e Rogério Mendonça a escaparem das autoridades.
A prisão do suspeito inaugurou uma nova fase na operação que busca recapturar os dois fugitivos. Na última semana, a PF desmobilizou a sua força de elite, o Comando de Operações Táticas, e o Ministério da Justiça retirou o efetivo da Força Nacional da região de Mossoró.
Os trabalhos agora se concentram em ações de inteligência para identificar o paradeiro da dupla, como o cumprimento de diligências em locais específicos, a oitiva de suspeitos e o rastreamento de celulares.
O homem preso hoje, o oitavo a ser detido pela PF desde o início das buscas aos dois fugitivos, foi localizado em uma pousada na Praia do Futuro, em Fortaleza, que fica a 250 quilômetros de Mossoró. A suspeita é que a dupla já tenha conseguido se evadir da região da penitenciária.
Eles escaparam da unidade de segurança máxima no dia 14 de fevereiro durante o feriado de Carnaval. Desde então, invadiram algumas casas e fizeram uma família de refém, mas não foram encontrados. Os agentes chegaram a seguir pistas da dupla na zona rural de Baraúna, cidade que faz divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.
Nesta terça-feira, o Ministério da Justiça anunciou o resultado de uma investigação preliminar feita pela corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) sobre a fuga inédita registrada no sistema penitenciário federal. O órgão apontou que houve falhas nos procedimentos de segurança, mas não identificou indícios de corrupção por parte de algum funcionário.
Em função dos erros no cumprimento dos protocolos, a corregedoria abriu procedimentos administrativos disciplinares contra dez servidores. Outros 17 irão assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual eles se comprometem a não cometer as mesmas infrações e deverão passar por um curso de reciclagem.
As informações constam de um relatório elaborado pela corregedora-geral da Senappen, Marlene Rosa. Ela determinou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária (IPS) para apurar se problemas estruturais do presídio contribuíram para a evasão inédita no sistema penitenciário federal.
Com informações de O Globo.