A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma nova investigação apenas sobre a inserção de dados falsos de vacinação, diante da constatação de ‘uma grande estrutura” na Prefeitura de Duque de Caxias para o cometimento desse crime.
Até o momento, as fraudes em Caxias estavam sendo investigadas como parte do inquérito das milícias digitais, que também apura se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares se beneficiaram do esquema. No entanto, as novas evidências apontam para um esquema mais amplo na prefeitura, distinto do grupo criminoso investigado na apuração principal.
A análise de conversas de uma servidora da Secretaria Municipal de Saúde revelou elementos que indicam a existência dessa estrutura organizada para a prática de fraudes nos registros de vacinação, beneficiando diversas pessoas. A PF destacou diálogos que evidenciam o envolvimento da então subsecretária municipal de Saúde, Célia Serrano, que atualmente é titular da pasta.
Em uma das conversas, uma servidora avisa Serrano sobre pedidos de registros irregulares de vacinação. Em resposta, Serrano comenta “Olha lá só Jesus na causa”, indicando conhecimento das fraudes. Em outra ocasião, Serrano solicita a inclusão do nome de três pessoas, cujos registros mostram que teriam recebido duas doses de vacina no mesmo dia, mas em locais diferentes.
Além disso, há um episódio noqual Serrano pede o registro de uma vacina de um lote recém-chegado. A servidora informa que usou outro lote e corrigiria no dia seguinte, ao que Serrano responde que “qualquer lote tá bom”.
O pedido para a nova investigação foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Em março, a PF já havia indiciado Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas pela suspeita de fraude. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda irá decidir sobre a apresentação de uma denúncia neste caso.
Com informações de O Globo