PF mira esquema de fraude eleitoral; quadrilha teria movimentado R$ 3,5 bilhões

Nesta fase da operação, os agentes cumprem 10 mandados de busca e apreensão no estado - Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal está nas ruas, na manhã desta quarta-feira (16), com a segunda fase da Operação Teatro Invisível, que busca desmontar uma organização criminosa acusada de fraudes eleitorais no Estado do Rio. Os investigados, que respondem por obstrução da Justiça, caixa dois, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, teriam movimentado cerca de R$ 3,5 bilhões.

Nesta quarta-feira, os agentes saíram para cumprir 10 mandados de busca e apreensão. O prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), é um dos alvos. Também têm mandados de busca dois candidatos a prefeito derrotados em 2024: o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que concorreu em São João de Meriti, e Aarão Reis (PP), de Mangaratiba. Rubão (Podemos), que disputou sub judice em Itaguaí, ficou em 1º mas ainda aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal, é outro alvo.

A Polícia Federal também está na casa do presidente do Instituto Rio Metrópole, Davi Perini Vermelho, o Didê. Em junho de 2020, Didê foi preso durante uma operação contra fraude na compra de respiradores pelo governo de Santa Catarina. Ele foi apontado como o dono da empresa responsável pela venda dos aparelhos. Mesmo assim, em dezembro do mesmo ano foi eleito, pelos 22 prefeitos da Região Metropolitana, presidente do instituto milionário.

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Veículo da Polícia Federal na porta da casa de Davi Perini Vermelho, o Didê — Foto: Reprodução

As ações de hoje ocorrem nas cidades de Cabo Frio (Região dos Lagos), Itaguaí (Baixada Fluminense), Mangaratiba (Costa Verde), Rio de Janeiro (capital) e Juiz de Fora (Minas Gerais). Além disso, a Justiça determinou o bloqueio dos R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e suspendeu as atividades econômicas de oito empresas envolvidas.

Essa investigação é um desdobramento da primeira fase da operação, realizada em 12 de setembro de 2024. Na ocasião, o alvo foi uma quadrilha especializada em criar e espalhar notícias falsas contra candidatos a prefeito em várias cidades do estado do Rio. A base do grupo ficava em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, mas a atuação se estendia a mais de dez municípios.

Esta nova etapa é baseada na análise do material apreendido anteriormente. A PF afirma que o grupo destruiu provas importantes, principalmente digitais, que poderiam incriminar seus membros.

As investigações também mostraram que a organização usou dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral para beneficiar candidatos nas eleições de 2024. Parte dos suspeitos é dona de empresas que participaram de licitações fraudulentas em quatro cidades: Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti.

Os dados coletados revelam ainda novas provas de lavagem de dinheiro, feita de forma organizada e contínua. O esquema incluía o uso de contas de passagem, dinheiro em espécie, empresas com grande movimentação financeira e a compra de bens de alto valor.

A PF seguirá com a investigação para identificar outros envolvidos e crimes relacionados. Se forem condenados, os investigados podem pegar até 27 anos de prisão.

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