Rio de Janeiro
Pesquisa Quaest divulgada neste sábado (5), contratada pela Globo, mostra a corrida à Prefeitura do Rio em votos válidos. Veja o resultado:
- Eduardo Paes (PSD): 61%
- Alexandre Ramagem (PL): 29%
- Tarcísio Motta (PSOL): 6%
- Marcelo Queiroz (PP): 2%
- Carol Sponza (Novo): 0%
- Cyro Garcia (PSTU): 0%
- Rodrigo Amorim (União Brasil): 2%
- Juliete Pantoja (Unidade Popular): 0%
- Henrique Simonard (PCO): 0%
Diante desse quadro, é possível afirmar que a eleição será decidida no primeiro turno, segundo a Quaest.
O que são votos válidos?
É a forma como o TSE divulga o resultado oficial das eleições. São os votos dados nos candidatos. Eles não levam em conta votos brancos e nulos. Para vencer no 1º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
Como a Quaest calcula os votos válidos?
O instituto leva em consideração as intenções de voto da pesquisa, o padrão e o perfil de comparecimento eleitoral na cidade do Rio de Janeiro. Considera também o nível de probabilidade de os eleitores saírem de casa para votar, ou seja, o nível de engajamento dos eleitores de cada candidato – é o modelo likely voter, que considera eleitores com maior propensão a votar.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas, entre os dias 4 e 5 de outubro no Rio de Janeiro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral com o número RJ-02193/2024. O nível de confiança é de 95%.
Veja página especial com todas as pesquisas
Votos totais, estimulada
Veja os percentuais considerando os votos brancos e nulos:
- Eduardo Paes (PSD): 53% (eram 53% na pesquisa anterior)
- Alexandre Ramagem (PL): 20% (eram 20%)
- Tarcísio Motta (PSOL): 3% (eram 6%)
- Marcelo Queiroz (PP): 2% (eram 2%)
- Carol Sponza (Novo): 1% (era 1%)
- Cyro Garcia (PSTU): 1% (era 1%)
- Rodrigo Amorim (União Brasil): 2% (era 1%)
- Juliete Pantoja (UP): 0% (era 0%)
- Henrique Simonard (PCO): 0% (era 0%)
- Em branco/nulo/não vai votar: 10% (eram 11%)
- Indecisos: 9% (eram 5%)
Pesquisa espontânea
No cenário em que o entrevistado não tem acesso à lista de candidatos, o cenário é este:
- Eduardo Paes (PSD): 40% (eram 34%)
- Alexandre Ramagem (PL): 16% (eram 14%)
- Tarcísio Motta (PSOL): 1% (eram 4%)
- Marcelo Queiroz (PP): 1% (era 0%)
- Rodrigo Amorim (União): 1% (era 0%)
- Carol Sponza (Novo): 0% (era 0%)
- Cyro Garcia (PSTU): 0% (era 0%)
- Juliete Pantoja (UP): 0% (era 0%)
- Branco/Nulo/Não vai votar: 5% (eram 5%)
- Indecisos: 36% (eram 43% em 30/9)
São Paulo
Na véspera da eleição, o Datafolha aponta continuidade do cenário embolado no primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo, com Guilherme Boulos (PSOL) registrando 29% dos votos válidos, seguido por Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos com 26%.
Os três estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
No levantamento mais recente, de quinta-feira (3), os três candidatos apresentavam exatamente o mesmo percentual de votos válidos.
Com a proximidade das eleições, o Datafolha divulga neste sábado (5) as intenções de votos válidos dos eleitores, e não apenas os votos totais, como fez até aqui.
Os votos válidos excluem os votos inválidos (em branco e nulos) e são os únicos considerados pela Justiça Eleitoral para calcular os resultados. Para conquistar o cargo de prefeito, os candidatos precisam obter 50% mais um dos votos válidos, e não totais.
O levantamento indica que 22% dos eleitores ainda podem mudar de voto —outros 77% estão totalmente decididos.
O levantamento indica que 22% dos eleitores ainda podem mudar de voto —outros 77% estão totalmente decididos.
Como o trabalho de campo foi feito também neste sábado, a tendência é que a pesquisa tenha captado ao menos parte do efeito gerado com a falsificação de um laudo médico por Marçal, na tentativa de associar Boulos ao consumo de cocaína.
Na noite de sexta-feira (4), o influenciador publicou nas redes sociais um documento falso atribuído à clínica particular Mais Consulta, que dizia que o parlamentar estava em surto psicótico decorrente do uso da droga. O dono da clínica, o médico Luiz Teixeira da Silva Junior, tem vídeo publicado com Marçal e já atendeu o ex-coach em outro estabelecimento do qual é sócio.
Uma série de evidências levantadas nas horas seguintes à publicação, como mostrou a Folha, indicam que o laudo foi forjado. A Justiça determinou a exclusão das postagens e a suspensão do perfil do ex-coach. Boulos pediu a prisão do influenciador e do dono da clínica por falsificação de documento.
O cenário de indefinição até a reta final é resultado do acirramento das últimas semanas, com Nunes e Marçal disputando o eleitorado à direita, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Boulos em estabilidade, mas com dificuldade para avançar entre eleitores do presidente Lula (PT), seu apoiador e incentivador da nacionalização da eleição paulistana.
Entre entrevistados que dizem ter votado em Bolsonaro no segundo turno de 2022, Marçal manteve a dianteira conquistada na última semana, com 49% entre o grupo, frente a 36% de Nunes. Na semana passada, os percentuais eram de 43% para o influenciador e 39% para o prefeito.
Em relação à pesquisa de quinta (3), porém, o ex-coach oscilou negativamente, e o prefeito, positivamente. Marçal passou de 51% para 49%, e Nunes, de 32% para 36%. A margem de erro para este segmento é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A oscilação negativa do influenciador pode ter sido motivada por crítica mais enfática do ex-presidente contra ele, em live transmitida na sexta (4).
Bolsonaro, que manteve uma relação de morde e assopra com o ex-coach ao longo da campanha, desta vez chamou Marçal de “fofoqueiro”, dizendo que ele “mente descaradamente”. Ele pediu ainda para que os eleitores de direita da cidade votem em Nunes para evitar o que chama de “extrema-esquerda”.
O influenciador aposta em ser beneficiado por um fenômeno de voto envergonhado na reta final. Segundo esta leitura, suas reais intenções de voto não estariam sendo captadas nas pesquisas por medo ou vergonha dos entrevistados de assumir que o apoiam, em razão do perfil controverso, que se traduz em sua alta rejeição (53%).
O ex-coach foi ajudado por dois fatores na última semana —o fim da propaganda gratuita e o apoio público de figuras relevantes da direita, como os deputados federais Ricardo Salles (Novo) e Nikolas Ferreira (PL).
Já Boulos manteve estável as intenções de voto entre eleitores de Lula: ele alcança 50% nesse grupo, sendo que 18% dos que apoiaram o atual presidente há dois anos estão com Nunes.
O deputado tem tido dificuldade para atrair eleitores que apoiaram o petista em 2022 e que historicamente votam no PT, como os de baixa renda e moradores da periferia. Boulos tem 24% dos votos totais entre eleitores com renda até dois salários mínimos, que são tidos pela campanha como mais propensos a votar na esquerda e representam, na cidade, 32% do total do eleitorado.
Na semana passada, o deputado tinha 21%. A oscilação se deu dentro da margem de erro desse recorte, de quatro pontos para mais ou para menos. Ele empata nessa faixa com Nunes, que tinha 32% e recuou para 30%.