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Pescadores de Praia Seca, em Araruama, se deparam com tubarão preso nas redes

A aparição do animal de águas frias, também conhecido como tubarão-frade, chamou a atenção de especialistas e moradores

Na manhã desta sexta-feira (24), moradores e frequentadores de Praia Seca, em Araruama, na Região dos Lagos, foram surpreendidos com a presença de um tubarão-peregrino morto na faixa de areia. O Instituto BW, organização dedicada à conservação e reabilitação de animais selvagens na região, informou que se trata de uma espécie de água fria e profunda, cuja aparição é considerada extremamente rara.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o animal encalhado na praia, algumas delas sugerindo que ele estava preso a uma rede de pesca. Em um dos vídeos, pescadores são vistos tentando mover o animal na areia com a ajuda da rede.

A Prefeitura de Araruama, no entanto, declarou que, com base no vídeo, o tubarão foi visto inicialmente boiando nas águas antes de ser envolvido por uma rede pelos pescadores. “O uso da rede para tentar arrastar o animal não é recomendado. Técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram no local ontem à noite (24/01), mas não encontraram vestígios do tubarão”, informou a Prefeitura em nota ao G1.

O município também anunciou que está investigando o caso junto à Colônia de Pescadores local para identificar os envolvidos e descobrir o destino do animal.

Características e ameaça à espécie

De acordo com o biólogo Salvatore Siciliano, coordenador do GEMM-Lagos, o tubarão-peregrino – também conhecido como tubarão-frade – é o segundo maior peixe do mundo, ficando atrás apenas do tubarão-baleia. Indivíduos da espécie costumam medir entre 7 e 9 metros, podendo chegar a impressionantes 15 metros de comprimento e pesar mais de 4 toneladas.

Os tubarões-peregrinos vivem, geralmente, em mares subpolares e temperados, onde se alimentam de plâncton próximo à superfície. Durante o inverno, migram para águas mais quentes. Uma de suas características marcantes são as enormes fendas branquiais que cercam a cabeça, permitindo que o animal filtre grandes volumes de água em busca de alimento.

Apesar de sua imponência, a espécie enfrenta ameaças graves, como a pesca predatória voltada para a extração do óleo de esqualeno, encontrado no fígado do tubarão, usado na produção de vitamina A e, antigamente, como combustível para lamparinas. Além disso, a redução da biomassa de plâncton, sua principal fonte alimentar, também representa um risco significativo para sua sobrevivência.

A aparição do tubarão-peregrino morto em Praia Seca chama atenção para a importância da preservação das espécies marinhas e dos ecossistemas costeiros.

Com informações do G1

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