Operação prende 5 pessoas suspeitas de aplicar golpe contra idosos no RJ; entre os detidos, há um PM

Ação da Polícia Civil e do MPRJ visa à prisão de sete pessoas suspeitas de integrarem quadrilha especializada em estelionatos na Baixada Fluminense

Cinco pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira suspeitas de cometerem crime de estelionato contra idosos, na Baixada Fluminense. Entre os presos, está o policial militar Gustavo de Oliveira Piau, do 6º BPM (Tijuca). A operação Pseudônimo acontece em Nilópolis, São João de Meriti e Mesquita, e visa à prisão de mais dois integrantes. Ao todo foram expedidos sete mandados de prisão e seis de busca e apreensão. Toda a ação é articulada pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial do Núcleo Nova Iguaçu, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, e pela 52ª Delegacia de Polícia (Nova Iguaçu), com apoio da Polícia Militar.

Segundo a denúncia, o grupo, comandado pelo policial militar Gustavo de Oliveira Piau, aplicou o golpe do “empréstimo consignado” em pelo menos 17 pessoas, a maioria idosas. No decorrer de um ano, a quadrilha faturou cerca de R$ 640 mil com escritórios falsos nos municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis.

O golpe consistia em ligar para idosos afirmando que eles teriam direito a um “resíduo de tempo de contribuição”. Atraída até o escritório do grupo, a vítima assinava contrato de prestação de serviços de advocacia. Os suspeitos tiravam fotografias dela afirmando que precisavam da imagem para retirar o “resíduo”. Com as fotos, os criminosos faziam os empréstimos via biometria facial da vítima.

Depositado o dinheiro, a vítima transferia os valores para contas de integrantes da quadrilha, que, rapidamente, passava para outros membros do grupo criminoso. Segundo o MPRJ, uma das vítimas perdeu cerca de R$ 20 mil.

Ao programa Bom Dia Rio, da Rede Globo, o delegado titular da 52ªDP, Gustavo de Mello de Castro, deu mais detalhes sobre o funcionamento da quadrilha. Segundo ele, os suspeitos atraiam a vítima com a informação de que ela tinha direito a uma 14ª parcela do FGTS, que seria um “resíduo” financeiro disponível para saque.

— Após a vítima acreditar nessa história, eles encaminhavam ela para escritórios em diversos locais da Baixada, e lá eles conseguiam tirar fotos da pessoa e de seus documentos. Então, eles conseguiam obter empréstimos fraudulentos que eram depositados na própria conta da vítima. E aí, assim que eles tinham o conhecimento de que o valor tinha caído na conta da vítima, eles a levavam até a agência bancária e lá, mais uma vez, a enganavam. Eles conseguiam a senha e a biometria da pessoa e esse valor do empréstimo era transferido para laranjas ou mesmo sacado naquela agência bancária.

Presos na Baixada

Além de Gustavo de Oliveira Piau, foram denunciados João Vitor Romão de Oliveira Piau, Kate Suelen Lemos de Assis, Cristiane Silva de Brito e Tamires da Silva Pinho, Marcus Vinícius Oliveira de Abreu e Samuel da Cruz Atanazio. A Justiça decretou a prisão dos cinco primeiros.

Ao mesmo telejornal, o promotor Bruno Gangoni, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), enfatizou a participação do policial militar Gustavo Piau no esquema criminoso.

— Ele era o “líder” da organização criminosa. Ele que constituía as empresas laranjas por onde circulava o dinheiro. Infelizmente, um agente público. Foram presos ele, o irmão dele e as três principais pessoas que cooptavam as vítimas, que eram idosas, pessoas frágeis, facilmente enganáveis. O número de idosos, vítimas de estelionato, só aumenta dia a dia. Eu acho que já passou do momento do Ministério da Justiça e da Febraban se unirem para tomar providências para resguardar, fazer um segundo fator de segurança, enfim, adotar medidas para a gente diminuir o número de estelionatos.

Com informações do GLOBO.

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