Dois policiais militares, lotados no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), foram baleados durante uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte, nesta terça-feira. Um deles, identificado como Jorge Henrique Galdino Cruz, morreu. Já Rafael Wolfgramm Dias passou por cirurgia no Hospital Federal de Bonsucesso e seu quadro de saúde é considerado estável.
Um dia após a operação, a Polícia Militar continua no Complexo da Maré, nesta quarta-feira (12/06). De acordo com a corporação, além do Bope, estão no conjunto de favelas equipes do Batalhão de Ações com Cães (BAC), Grupamento Aeromóvel (GAM) e do 22° BPM (Maré). A PM não divulgou o objetivo da operação.
Jorge Henrique Galdino Cruz, morto
Jorge Henrique Galdino Cruz tinha 32 anos. Terceiro-sargento, ele ingressou na corporação em 2011, entrando para o Bope oito anos depois, em 2019. O agente, que morreu mesmo após tentativas de reanimação, deixa esposa e três filhos, um menino e duas meninas. Através de sua conta no X (antigo Twitter), a Polícia Militar afirmou lamentar profundamente a sua morte.
Pelas redes sociais, ele costumava compartilhar momentos em família, seja ao lado da mulher ou até vestindo o uniforme do Flamengo, ao lado do filho. Quando publicou uma foto correndo, por exemplo, um dos seus amigos brincou: “Caveira 06”, em referência ao símbolo do batalhão em que era lotado.
Amigos também usaram as redes sociais para lamentar a sua morte. Um deles afirmou que “vai deixar saudades”, após compartilhar uma foto do policial com a farda do Bope.
O sepultamento do terceiro-sargento Jorge Henrique Galdino Cruz será nesta quarta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. O velório está marcado para as 13h30 e o enterro, previsto para as 15h30.
Rafael Wolfgramm Dias, ferido
O outro policial do Bope baleado na operação foi Rafael Wolfgramm Dias, de 37 anos. Segundo-sargento, ele está no CTI do Hospital de Bonsucesso.
STF determina que Castro preste esclarecimentos sobre ações na Maré
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite de ontem que o governador Cláudio Castro (PL) preste informações sobre as ações do estado na Maré. Em represália à operação, o tráfico fechou a Avenida Brasil e as linhas Vermelha e Amarela.
“Intime-se mediante ofício, com urgência, a ser remetido pelo meio mais célere possível, o excelentíssimo governador do Estado do Rio de Janeiro, para que tome ciência da petição protocolada neste tribunal e informe de pronto, nos autos, as providências tomadas”, escreveu Fachin.
Fachin analisa um pedido do PSOL e da Defensoria Pública do RJ por protocolos para próximas ações na Maré. A petição solicita, por exemplo, que sejam mobilizados policiais portando câmeras corporais gravando de modo ininterrupto; que ambulâncias acompanhem as investidas; e que locais com mortes sejam preservados para perícia.
O pedido foi feito dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, a ADPF das Favelas. Nesse processo, do qual Fachin é o relator, o STF estabeleceu critérios para a realização de operações policiais em favelas do Rio.