O debate sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 186/24, que propõe mudanças nos direitos dos professores do Rio de Janeiro, resultou em tumulto e confronto nesta terça-feira (3). O projeto, de autoria do prefeito Eduardo Paes (PSD), prevê alterações na carga horária, o fim da licença especial e mudanças na gestão das férias dos profissionais, entre outros pontos.
Enquanto os vereadores se preparavam para apreciar o texto em primeira discussão, centenas de professores em greve há mais de uma semana protestavam no Centro da cidade. A categoria, que ignora uma decisão judicial que determinou o fim da paralisação, iniciou sua manifestação na Candelária e seguiu em marcha até a Câmara Municipal.
O clima de tensão aumentou por volta das 16h, quando bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas em frente ao prédio legislativo. Professores e manifestantes correram, enquanto seguranças da Câmara tentavam conter a situação. Parte dos manifestantes conseguiu entrar no plenário, entoando cânticos de crítica à proximidade entre o Legislativo e a Prefeitura.
Segundo a Câmara, houve acordo para que professores entrassem na galeria de forma limitada, mas um grupo teria tentado forçar a entrada, o que levou à ação da Polícia Militar com bombas de gás e spray de pimenta. A PM informou que equipes especializadas foram acionadas para conter o tumulto.
A vereadora Thais Ferreira (PSOL) denunciou agressões contra professores e solicitou a suspensão da sessão. Uma servidora ficou ferida na confusão. Em nota, o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) repudiou a repressão e afirmou que havia um acordo prévio para a entrada de 50 representantes no local.
Mais cedo, líderes do Sepe se reuniram com representantes do governo municipal e parlamentares, mas não conseguiram impedir a votação do projeto. O texto será votado sem emendas nesta terça, enquanto alterações propostas serão analisadas na segunda discussão, prevista para quinta-feira (5).
GRAVÍSSIMO 🚨
— Jonas Di Andrade (@jonasdiandrade) December 3, 2024
Polícia está sentando o dedo pra cima dos profissionais da educação na Cinelândia. Várias explosões de bomba de efeito moral, como se eles fossem vândalos. É assim que o Cláudio Castro trata quem quer ensinar seus filhos na escola. pic.twitter.com/sjvuiFzocr
Momento em que milhares de servidores chegam à Praça da Cinelândia para protestar em frente à Camara Municipal pic.twitter.com/SPR9QHZGw0
— A Nova Democracia (@jornaland) December 3, 2024