O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira (13), de acordo com medição realizada no início da manhã desta quinta-feira (16). O nível chegou a 4,99 às 6h15, no cais Mauá.
Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o nível do lago deve diminuir lentamente nos próximos dias, ficando acima dos 4 metros durante a semana.
O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.
Segundo o Painel Informativo da Prefeitura de Porto Alegre, os eventos climáticos de maio deste ano no Rio Grande do Sul superaram qualquer registro histórico e impactaram milhões de pessoas.
Em Porto Alegre, 157.701 pessoas foram atingidas pela enchente histórica do Guaíba. Os bairros mais afetados foram Sarandi, Menino Deus, Farrapos, Humaitá, Cidade Baixa, Floresta, Ponta Grossa, Centro Histórico, São Geraldo e Lami.
O número de empresas atingidas também é alto: 45.970, sendo 29.048 na área de serviços, 11.320 no comércio, 5.496 na indústria e 106 em outras áreas.
Na área da educação, a inundação afetou 160 escolas: 16 municipais, 44 estaduais e 100 particulares. Na saúde, 31 locais foram prejudicados: 22 unidades de saúde, dois hospitais, três farmácias populares e quatro clínicas da família.
A enchente causou impactos também em equipamentos públicos como praças (186), parques e largos (12) e vias públicas (1.081).
Nesta quarta-feira (15), o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto) conseguiu retomar a operação da estação de água Moinhos de Vento. O sistema estava fora de operação desde o dia 4.
A estação capta água do Guaíba e abastece 150 mil pessoas, além de sete hospitais.
Também nesta quarta foi concluído o corredor humanitário, um acesso alternativo a Porto Alegre para facilitar abastecimento de serviços essenciais como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência.
Uma passarela da estação rodoviária foi demolida para a construção do corredor.
“Estamos concluindo a ampliação do corredor humanitário para viabilizar o tráfego, permitindo o trânsito nos dois sentidos, diminuindo o tempo de espera”, disse o secretário de Serviços Urbanos, Assis Arrojo.
Com informações da Folha de S. Paulo.