Ninguém é forte sozinho

*Paulo Cezar Pereira

Ninguém é forte sozinho, dizem os políticos para conquistar aliados em ano eleitoral. No caso de Nova Iguaçu, a frase que inspira o título desta análise da vitória espetacular de Dudu Reina, eleito prefeito da cidade com 292.459 votos (74,77% dos votos válidos), é a pura verdade.

A histórica conquista do mandato por Dudu Reina é a vitória de um grupo político forte que, comandado pelo prefeito Rogério Lisboa e o Deputado Dr. Luizinho, juntou três deputados federais – Juninho do Pneu, Rosângela Gomes e o próprio Dr. Luizinho – e três deputados estaduais – Felipinho Ravis, Carlinhos BNH e Dr. Deodalto -, além dos 11 vereadores com mandato e um total de 239 postulantes à Câmara pelo PP e mais 10 partidos..

O grupo responsável pelo êxito eleitoral de Dudu Reina nem precisou das presenças do governador Cláudio Castro e do ex-presidente Jair Bolsonaro em Nova Iguaçu para pedir votos. Dudu virou prefeito sem apelar para discurso ideológico. Ele fugiu da dicotomia direita x esquerda e ganhou votos sem se submeter a qualquer beija-mão. Não bateu em Lula e sai da eleição sem ter agredido qualquer um dos concorrentes à prefeitura da cidade. o que ampliará sua boa relação com o ambiente político.

Como candidato a um cargo majoritário, Dudu foi um aluno aplicado e esbanjou humildade, como convém aos mortais. Claro que os desempenhos pífios dos candidatos Aluísio Gama, Iza Dutra, Dr. Leonardo Mazutti e de Tuninho da Padaria ajudaram muito na construção da vitória, sem falar que o candidato Jacaré, pela quantidade de processos criminais, desidratou nos últimos dias da campanha eleitoral com as ações judiciais que levaram ao indeferimento de sua candidatura.

Mulheres fora da Câmara

Os eleitores Nova Iguaçu não elegeram uma só mulher para a futura Câmara de Vereadores. As 23 cadeiras ( atualmente são 11) serão ocupadas apenas pelos homens. Na última eleição, em 2020, as mulheres também ficaram de fora.

Vereadores se reelegeram

Com o aumento do número de cadeiras ( de 11 para 23 ) na legislatura que começará em 1º de janeiro de 2025, os vereadores da atual legislatura foram reeleitos e um deles, Dudu Reina, presidente da Câmara, vai virar prefeito de uma cidade com orçamento de R$ 2,5 bilhões no próximo ano.

Os derrotados

O setor cultural de Nova Iguaçu não votou em peso com MIguel Ribeiro, o ex-presidente da Fenig que disputou e perdeu a eleição para vereador pela federação PSDB-Cidadania. Quem também saiu derrotado nestas eleições foi Mário Lopes, ex-secretário de Indústria e Comércio. Lopes tinha como apoiadores os presidentes das entidades do setor produtivo da cidade. Ferreirinha, ex-vice de Lisboa, também ficou de fora pelo PT. Quem se elegeu com a força da máquina do governo municipal foi Dr. Manoel Barreto, o Manoelzinho, pelo PL.

O campeão de votos

O mais votado, com 13.587 votos, foi Vaguinho Neguinho, líder comunitário do bairro Aliança, localizado no corredor da Estrada e Madureira. Ele é o primeiro suplente do Avante na Alerj.

O peso de BNH

Ao ser eleito deputado estadual em 2022 pelo PP, Carlinhos BNH ganhou de Rogério Lisboa a secretaria municipal de Esportes & Lazer então sob o comando do ex-vereador Fernandinho Moquetá . BNH indicou Baixinho da Van para o cargo e fez dele um dos 23 vereadores eleitos ontem. Já Moquetá, até então um dos favoritos da nominata do PL, perdeu uma eleição que muitos consideravam ganha.

Não tem mulher, mas sobra médicos

Com a eleição de Manoelzinho, agora são três médicos na Câmara de Vereadores: Márcio Guerreiro e Robertinho foram reeleitos.

Meu papai

Quem está rindo de orelha a orelha é seu Rogério Teixeira, 80 anos, morador do Rancho Novo. Na campanha eleitoral, virou Rogério do Pneu. Pai do deputado federal Juninho do Pneu, do União Brasil, ele se elegeu vereador de Nova Iguaçu pelo Republicanos com 4.611 votos.

*Paulo Cezar Pereira, Jornalista, é Editor Chefe do Nova Iguassu Online.

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