Nascida na Baixada, Lígia Moraes, 18 anos, escreve para o Nova Iguassu Online sobre seu trabalho voluntário com as crianças da África de Nelson Mandela

fevereiro 22, 2019 /

Filha do empresário Luiz Moraes, Lígia Moraes, 18 anos, atualmente mora na Barra da Tijuca. Nascida em Duque de Caxias, ela foi criada em Nova Iguaçu. Este ano, Lígia participou, no mês passado, de uma experiência fascinante no assentamento de Dunoon, na periferia do município metropolitano da Cidade do Cabo Ocidental, localizada a 10 quilômetros da histórica Ilha Robben, conhecida no mundo inteiro por ter entre os seus prisioneiros líderes antiepartheid do regime de segregação racial, entre eles Nelson Mandela, o grande líder da África do Sul e primeiro Presidente negro eleito para governar o País depois de anos de lutas pelo fim do regime ao qual a população negra era submetida.



Ao trabalhar como voluntária de uma ONG que mostra o outro lado da realidade aos alunos selecionados pela agência Internacional Schools, Lígia viu de perto a pobreza da África do Sul no contato com crianças de Dunoom. Uma das filhas de uma família de classe média alta, Lígia escreveu para o Nova Iguassu Online, a pedido, um pouco desta convivência com crianças na terra de Mandela. Ela, que tem duas irmães gêmas ( Luiza e Beatriz, de 21 anos) nascidas e criadas em Nova Iguaçu, pretende voltar ao continente africano para conhecer Angola, Gana e o Quênia.Outra jovem da Baixada Fluminense, Daniela Mendes, moradora de Mesquita, participou desta experiência de trabalho voluntário ao lado de Lígia.

Meu nome é Lígia Moraes, tenho 18 anos e estou cursando meu último ano do ensino médio. No dia 5 de janeiro último, embarquei para África do Sul, um País lindo que sempre tive vontade de conhecer suas belezas naturais, mas também uma vontade maior ainda de conhecer o outro lado : a pobreza da África. Entrei no avião com a sensação de ansiedade e felicidade porque finalmente estava realizando o que sempre quis. Falar sobre essa experiência ainda me emociona ao lembrar de todos os acontecimentos que vivi, conhecendo e tentando me adaptar a novas culturas,outros costumes. Passei 30 dias de puro aprendizado e vi como a vida é, de verdade. Esse trabalho influenciou muito na minha vida pessoal, passei a dar mais valor às coisas, por mais simples que elas sejam. Aprendi a amar o próximo e isso me fez amadurecer muito. No primeiro dia do trabalho as crianças se assustaram e ficaram tímidas, mas com o passar dos dia elas criaram uma relação tão forte com a gente, que eram considerados irmãos caçulas. Todo dia que a gente chegava , era um abraço forte, um beijo na bochecha e na hora de ir embora eles falavam um simples “Obrigado!” por estarmos proporcionando alegria e amor para aquelas crianças. Cada sorriso que eu via naquelas crianças, via que era sincero. O último dia foi o mais impactante, pois criei grandes laços com aquelas crianças, então, decidimos fazer uma festa de despedida para elas. Compramos balas, chocolates, máscaras com desenhos e muitos balões. A responsável da ONG comentou que nunca viu nada igual ao que fizemos. Desde pequena, eu falava que eu ia ajudar os mais necessitados de amor e carinho e também ajudaria com produtos básicos. Por isso eu quero fazer Medicina para desenvolver o voluntariado na minha carreira, participando do Médicos sem Fronteiras. O trabalho nesta experiência na África era de três dias da semana, 4 horas com elas, só fazendo brincadeiras e ajudando no desempenho da língua inglesa. A comunidade se chama “Du’noon” que fica na cidade de Cape Town, e a ONG que fazíamos parte se chamada “Save Volunteering”. Pretendo fazer muitos trabalhos voluntários ao redor do mundo, esse foi o primeiro de muitos. Fui com a agência Internacional Schools, que me proporcionou essa atividade.

Paulo Cézar

PAULO CEZAR PEREIRA, também chamado de PC ou Paulinho da Baixada, aprendeu jornalismo nas redações de alguns principais veículos – rádios,jornais e revistas. Conheceu, como Repórter Especial do GLOBO, praticamente todos os estados brasileiros, as duas antigas Alemanhas antes da reunificação, Suiça, Austria, Portugal, França, Itália, Bélgica, Senegal, Venezuela, Panamá, Colômbia e a Costa Rica. É casado com Ana Maria e tem três filhas que já lhe deram cinco netos. Tem três paixões: a família, o jornalismo e o Flamengo. No passado, assessorou um governador, um senador, dois prefeitos e vários deputados. Comandou a área de Comunicação de Nova Iguaçu num total de 12 anos. Já produziu três livros : um para a Coleção Tiradentes, outro contando a evolução de Nova Iguaçu quando a cidade completou 170 anos, e o do jubileu de ouro da Diocese de Nova Iguaçu.