O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, enfrenta uma crise financeira que ameaça a continuidade das obras de revitalização do edifício. O diretor do museu, Alexander Kellner, anunciou que a construção pode ser paralisada devido à falta de recursos, seis anos após o incêndio que destruiu grande parte do prédio. A construção foi a antiga residência da família real e tem mais de 200 anos.
Atualmente, apenas 30% das intervenções previstas foram concluídas. Segundo informações do jornal O Globo, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu captar um pouco mais da metade dos recursos necessários para finalizar as obras, totalizando R$ 261 milhões. Contudo, o diretor revelou que, além do orçamento inicial de R$ 491 milhões, será preciso um adicional de R$ 109 milhões para concluir o projeto. Ele enfatizou que “a obra está em dia e em bom andamento”, mas destacou que a continuidade do projeto depende de um aporte financeiro que precisa ser garantido antes do final deste ano. Sem esses recursos, a paralisação das obras é uma realidade.
Em 2022, a fachada restaurada do prédio foi reinaugurada como parte da primeira etapa do processo de reconstrução. No entanto, o cronograma original para a conclusão total da revitalização, previsto para 2026, não será mais cumprido. O Ministério da Educação (MEC) afirmou, em nota, que está trabalhando com outros órgãos governamentais para captar recursos adicionais, incluindo parcerias com a Petrobras e o Ministério da Cultura. Além disso, o MEC se comprometeu a repassar R$ 14,2 milhões ainda em 2024 para a UFRJ, com o objetivo de atender às reformas do anexo do palácio.
Apesar dos desafios financeiros, o Museu Nacional manterá a exposição do Manto Tupinambá, que retornou ao Brasil em junho deste ano. A peça será exibida no hall principal do museu. No entanto, a data para a cerimônia foi adiada e ainda não foi remarcada pelo museu, responsável pela tutela da relíquia indígena. O evento estava originalmente programado para esta semana.