MPRJ denuncia a deputada Lucinha e pede novo afastamento por suspeita de integrar milícia

De acordo com as investigações, Lucinha fazia parte do núcleo político da organização criminosa. O MP também pediu um novo afastamento da parlamentar

O Ministério Público denunciou a Deputada Estadual Lucinha e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, por envolvimento com uma milícia. As duas são suspeitas de integrar a milícia que era comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso no final de 2023.

De acordo com as investigações, Lucinha fazia parte do núcleo político da organização criminosa. O MP também pediu um novo afastamento de Lucinha, que foi afastada no final de 2023, mas retornou após votação de colegas em fevereiro deste ano.

“Em múltiplos episódios, constata-se a clara interferência das denunciadas na esfera política, junto a autoridades policiais e políticas, ora para favorecer os interesses da organização criminosa, ora para blindá-la das iniciativas estatais de combate ao grupo e ora para livrá-los de ações policiais, garantindo a impunidade dos seus integrantes”, relata um dos trechos da denúncia, assinada pelo Procurador-Geral de Justiça, Luciano Mattos, com o apoio da Assessoria de Atribuição Originária Criminal (AAOCRIM/MPRJ).

Interesses da milícia

Segundo o MPRJ, Lucinha e sua ex-assessora deram aos criminosos informações privilegiadas relacionadas à agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à Zona Oeste, permitindo que os milicianos retirassem seus integrantes das ruas das localidades dominadas pela organização criminosa.

Mensagens trocadas entre Lucinha e Domício Barbosa, o Dom, nome que era importante na estrutura da milícia, mostraram que a deputada tentou defender os interesses do grupo criminoso.

Lucinha teria intercedido junto ao prefeito Eduardo Paes para que fosse mantida uma “brecha” jurídica para que vans circulassem livremente por várias partes do município, desrespeitando o sistema estabelecido em 2009 pela prefeitura.

O objetivo era deixar que continuasse a exploração do transporte alternativo como uma das principais fontes de renda da organização criminosa.

Além disso, as duas teriam mantido encontros com Zinho e outros nomes fortes da milícia entre junho de 2021 e março de 2022. Parentes de milicianos condenados e outros nomes envolvidos com a organização criminosa também foram empregados em gabinetes e instâncias da Alerj, segundo o MP.

Lucinha e Ariane vão responder por formação de milícia privada, cuja pena pode variar de 5 a 10 anos de prisão e multa, além da perda da função pública.

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