O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual Renato Machado (PT) como mandante do assassinato do jornalista Robson Giorno, em Maricá, no ano de 2019. Giorno, que era dono do jornal “O Maricá”, foi morto a tiros disparados por um homem encapuzado, quando saía de casa.
De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que tem como alvo Machado e outras três pessoas, a insatisfação do parlamentar com notícias publicadas por Giorno, insinuando que o deputado teria um caso extraconjugal, motivou o crime. A informação foi divulgada inicialmente pelo RJTV, da TV Globo.
Ainda segundo o Gaeco, os denunciados Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão ,e Davi de Souza Esteves, o subtenente Davi, foram os executores. A vítima teria noticiado que Vanessa da Matta Andrade, a Vanessa Alicate, também denunciada, teria engravidado do deputado.
Na época do crime, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG), que iniciou as investigações, destacou que o crime havia sido planejado. A delegada Bárbara Lomba, titular da especializada à época, afirmou que o jornalista foi alvo de uma emboscada.
“Foi uma execução. Eles estavam esperando que a pessoa viesse e fosse executada. Foi uma emboscada. Mas posso assegurar que foi uma execução e que os autores estavam esperando”, disse.
O deputado Renato Machado negou qualquer envolvimento nas acusações lançadas pelo MPRJ e sua defesa se manifestou por meio de nota, eis a íntegra:
“Cabe destacar que a Justiça sequer analisou a viabilidade da denúncia pelo homicídio do jornalista, uma vez que ao propor a ação o MPRJ deixou de juntar documentos indispensáveis para a análise. Além disso, é preciso destacar que versão da acusação tem por base o depoimento isolado de uma única testemunha, que apresentou quatro versões, tendo sido presa em flagrante por falso testemunho, inclusive.”
Outra denúncia
Em julho, o MPRJ denunciou Renato Machado por enriquecimento ilícito. As irregularidades teriam sido cometidas enquanto o parlamentar era presidente da Empresa Pública de Obras de Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
Além disso, a Polícia Civil indiciou Machado por organização criminosa, desvio de dinheiro público, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro. As informações também foram divulgadas inicialmente pela TV Globo.
Machado teria comprado terrenos a baixos valores, utilizava a estrutura da Prefeitura para melhorar a região e depois vendia os lotes a preços mais caros.
Ainda de acordo com as investigações, a Prefeitura de Maricá comprava terrenos de pessoas ligadas ao deputado a preços maiores que o padrão de mercado.
A defesa do parlamentar também se manifestou a respeito dessa acusação:
“No que toca à acusação pelo crime de peculato e lavagem, o deputado ainda não foi formalmente notificado sobre o recebimento da denúncia, de sorte que a defesa ainda se pronunciará nos autos a seu respeito, já tendo sido apontadas, todavia, inconsistências e fragilidades da versão da acusação, que certamente serão levadas em conta pela Justiça no momento processual oportuno.”
A Prefeitura de Maricá, por sua vez, alegou que atua com foco total em transparência e na eficaz aplicação dos recursos públicos. As operações da Somar, segundo afirmaram, seguem a legislação vigente e atendem a todas as suas exigências, além de passarem por aprovação dos órgãos de controle. Disse ainda que a gestão municipal é inteiramente aberta a apurações de órgãos competentes.
*com informações do portal Tempo Real.