Morre umas das vítimas do incêndio na fábrica de fantasias de Ramos

Hospital Estadual Getúlio Vargas detalha o estado de saúde das outras oito vítimas

A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas informou, neste domingo (16) que morreu uma das vítimas internadas na unidade após o incêndio na fábrica de fantasias em Ramos, Zona Norte do Rio. Rodrigo Oliveira seguia internado desde quarta-feira (12), quando a confecção de roupas para carnaval foi atingida por fortes chamas. Alguns dos 21 resgates precisaram ser feitos pelo Corpo de Bombeiros pelas janelas do imóvel.

De acordo com o hospital, dos oito pacientes internados na unidade após o incêndio Rodrigo faleceu e uma mulher foi transferida da unidade. Dos outros seis, uma mulher apresentou melhora e seu estado de saúde é estável. Outros cinco pacientes, sendo três mulheres e dois homens, permanecem em estado grave.

Em um dos momentos de maior tensão, quatro pessoas que estavam dentro do prédio no terceiro andar foram resgatadas pelas equipes por uma das janelas. Até saírem do imóvel, elas ficaram no local, pediam por socorro cercadas por fumaça. Moradores do entorno tentavam ajudar. Segundo funcionários resgatados, cerca de 30 pessoas trabalhavam na confecção quando o incêndio começou.

A fábrica Maximus confeccionava fantasias para escolas da Série Ouro do carnaval carioca. O incêndio na Maximus chamou a atenção para antigo problema que cerca a preparação dos desfiles no Sambódromo: a precariedade das condições de trabalho a que são submetidos muitos dos trabalhadores encarregados de dar vida ao rico e glamouroso espetáculo que encanta o mundo.

A fábrica não tinha licença do Corpo de Bombeiros. Embora estivesse repleta de material altamente inflamável como tecidos, isopor, cola, papéis, plásticos e espumas para preenchimento de fantasias, nenhum sinal de extintores ou mangueiras para combate a incêndio. Rota de fuga sinalizada? Nem pensar. E, na hora do desespero, as poucas janelas disponíveis pareciam mais grades. No salvamento das pessoas encurraladas pelo fogo, os bombeiros usaram um alicate hidráulico para cortar ferro que, no jargão da corporação, é chamado de “desencarcerador”.

Para completar, de acordo com relatos dos próprios trabalhadores ao deixar o prédio com os rostos cobertos de fuligem, muitos dormiam no local de trabalho, por conta da produção intensa às vésperas do carnaval. Uma das funcionárias, identificada apenas como Roberta, disse à TV Globo que se preparava para tomar banho quando o fogo começou, por volta das 7h30, e que estava ali desde segunda-feira.

O caso está sendo investigado pela 21ª DP (Bonsucesso).


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