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Morre Roberto Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio e primeiro a ser eleito por voto direto após a ditadura

Ele tinha 93 anos

O ex-prefeito do Rio Roberto Saturnino Braga morreu, aos 93 anos, nesta quinta-feira. Ele estava internado no CTI Hospital Pró-Cardíaco, na Zona Sul do Rio, em cuidados paliativos. A informação é da filha de Saturnino, Maria Adelia. Saturnino deu entrada na unidade hospitalar na última sexta-feira, dia 27, segundo pessoas ligadas ao ex-prefeito, com um quadro de pneumonia.

Carioca nascido em 13 de setembro de 1931, graduou-se em Engenharia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1954. Herdeiro de uma tradição política no estado — o pai, Francisco Saturnino Braga, foi deputado federal por três mandatos — Roberto Saturnino Braga entrou para a política em 1963, como deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro, numa coligação formada pelo PSB, MTR e PST. Com a ditadura e a criação do bipartidarismo, ingressou no MDB e foi senador pelo Rio de 1975 a 1985.

Saturnino Braga foi o primeiro prefeito eleito de forma direta, em 1985, após a redemocratização do Brasil. Eleito pelo PDT com quase 40% dos votos, esteve à frente da prefeitura de 1986 a 1989. Mas recentemente, estava filiado ao PSB.

Durante sua gestão, decretou a falência do município em setembro de 1988, após acusar o governo federal de recusar ajuda financeira à cidade. Na ocasião, o prefeito disse que a gota d’água havia sido o telex enviado pelo Banco Central às agências bancárias do país às 17h do dia 26 de agosto de 1988, uma sexta-feira, determinando o bloqueio de todas as contas da prefeitura.

O episódio que levou à decretação da falência se deveu a circunstâncias nacionais e locais. Com o fracasso do Plano Cruzado, no governo do ex-presidente José Sarney (1985-1990), o Brasil entrou em um cenário de hiperinflação. No Rio, a prefeitura perdeu receitas, porque Saturnino não conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores projeto que atualizava o IPTU e outros tributos pela inflação.

— ​Sua gestão foi marcada por obras de combates a enchentes. Na época, as encostas eram muito frágeis, e tivemos vários deslizamentos. Ele abriu também inúmeras unidades de saúde. Eram obras que não davam visibilidade, mas eram importantes para a cidade — disse o ex-secretário de Obras de Saturnino, Luiz Edmundo Costa Leite.

— ​Saturnino viveu um drama político na cidade. Havia uma grande expectativa do que poderia ter feito, se não fosse a crise. Esse cenário de problemas no âmbito do Rio se repetiu por circunstancias diferentes em 2016, quando o governador em exercício Francisco Dornelles, sem falar em falência, decretou situação de calamidade financeira no estado — disse Tito Ryff, ex-secretário de Planejamento de Saturnino.

Depois do episódio da falência, Saturnino foi eleito vereador em 1993 e em 1998, finalmente, conseguiu uma vaga no Senado pelo PDT. Estava no PSB em 2000 quando o PDT cobrou que mantivesse um acordo com o partido, de que só cumpriria metade do mandato, renunciando depois de quatro anos para que Carlos Lupi assumisse a vaga. Saturnino não cumpriu o acordo e exerceu seu último cargo eletivo até o fim.

Roberto Saturnino Braga também foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói e retornou ao Senado em 1998. Simultaneamente, passou a se dedicar à literatura, tendo publicado várias obras. Uma delas, “Contos do Rio”, recebeu o Prêmio Malba Tahan, da Academia Carioca de Letras, em 2000.

Viúvo, Roberto Saturnino Braga deixa três filhos, Adelia, Bruno e Antonio Frederico.

Com informações do GLOBO.

ALERJ PRESTA HOMENAGEM EM PLENÁRIO A SATURNINO BRAGA E CID MOREIRA

Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) prestaram homenagem ao ex-prefeito do município do Rio, Saturnino Braga, que tinha 93 anos, e ao jornalista Cid Moreira, de 97 anos, que faleceram na manhã desta quinta-feira (03/10). Durante a sessão plenária, os deputados respeitaram um minuto de silêncio e discursaram sobre a importante e significativa trajetória de ambos nas suas respectivas carreiras.

Saturnino Braga morreu devido a um quadro de pneumonia. Já Cid Moreira, que estava internado há 29 dias, faleceu por uma insuficiência renal crônica que o levou a uma falência múltipla de órgãos. Um dos decanos da Alerj, o deputado Luiz Paulo (PSD) foi o primeiro a falar sobre os homenageados. “Saturnino Braga foi um nome progressista e expressivo da política fluminense. Já Cid Moreira marcou a história na nossa televisão. Então, gostaria de prestar minha homenagem a essas duas grandes figuras brasileiras”, disse o parlamentar.À frente da sessão, a deputada Tia Ju (REP) também lamentou o ocorrido e lembrou a grande contribuição que Cid Moreira deu às pessoas com deficiência por meio da criação de áudio books da Bíblia. “Estes dois nomes serão lembrados para sempre. Cid Moreira, por exemplo, contribuiu muito com as pessoas com deficiência quando fez as narrações bíblicas em áudio”, destacou.  Trajetória política de SaturninoRoberto Saturnino Braga era carioca, nascido em 13 de setembro de 1931.  Graduou-se em Engenharia pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1954. Entrou para a política em 1963, como deputado federal pelo Estado do Rio. Depois, atuou como senador pelo Rio de 1975 até janeiro de 1986.  Saturnino foi o primeiro prefeito do município do Rio eleito de forma direta, em 1985, após o fim do Regime Militar. Eleito pelo PDT, com quase 40% dos votos, esteve à frente da prefeitura de 1986 a 1989. O político também foi vereador da capital fluminense entre 1997 e 1999 e teve um segundo mandato no Senado Federal entre 1999 e 2007. 

Cid, o primeiro âncora do Jornal Nacional

Cid Moreira era natural do interior de São Paulo. Nasceu na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, em 27 de setembro de 1927. Era formado em contabilidade e a transição para a comunicação aconteceu por acaso, após um amigo, cujo pai era diretor de uma rádio, ser surpreendido pelo talento do locutor com um microfone em uma festa regional. Em 1963 veio a estreia como apresentador de notícias, na TV Rio, na qual comandou o “Jornal de Vanguarda”.O apresentador é nacionalmente conhecido por ter apresentado o Jornal Nacional da TV Globo por 26 anos. Cid foi o primeiro âncora do noticioso, que estreou em setembro de 1969. Na emissora, o jornalista ainda passou pela apresentação do Jornal da Globo e do programa Fantástico. 

A partir de meados da década de 1990, Cid Moreira passou a se dedicar à locução de passagens bíblicas, trabalho que levou para o YouTube. Em 2011, gravou a Bíblia na íntegra em áudio books. As cópias de CD superaram o marco de 60 milhões de exemplares vendidos.

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