Moraes amplia acesso aos processos do golpe e libera também gravações em vídeos das delações de Mauro Cid

O ministro determinou acesso público integral aos processos; defesa tem 15 dias para responder acusação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ampliou o acesso dos denunciados por tentativa de golpe a processos semelhantes que tramitam na Corte.

Nesta quinta-feira (20/2), o magistrado decidiu liberar as gravações em vídeo das delações do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que embasaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 aliados por tentativa de golpe de Estado.

Com a medida, os acusados terão acesso não apenas ao âmbito da petição na qual o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a denúncia, mas também a outros cinco processos utilizados como elementos de prova ao longo da investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela PGR.

 

Passo a passo após denúncia da PGR

  • A denúncia é apresentada pela PGR no âmbito da investigação relatada pelo ministro;
  • O relator abre o prazo de 15 dias para os advogados dos denunciados apresentarem defesa prévia e eventuais contestações;
  • Se houver contestações a trechos da denúncia, o relator abre vista para a PGR responder os questionamentos;
  • A PGR tem o prazo de 5 dias para responder às contestações;
  • A denúncia volta ao STF e o relator avalia a acusação e os argumentos da defesa – não há prazo para esta análise;
  • Quando o caso está apto a julgamento, o relator libera a denúncia para análise da Primeira Turma, que vai julgar o caso e decidir se transforma os denunciados em réus ou não; e
  • ⁠Se a denúncia for aceita, é aberta uma ação penal e começa a fase de contraditório, coleta de provas e de depoimentos de testemunhas de defesa e acusação.

Além disso, Moraes acolheu um pedido da defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, garantindo-lhe acesso a todos os documentos, mídias e gravações eletrônicas relacionadas ao acordo de delação premiada firmado por Mauro Cid com a PF.

Todos os 34 denunciados, entre eles o ex-presidente, terão 15 dias para responder à denúncia, conforme prevê a Lei 8.038/1990, que regula o trâmite de processos penais no STF.

Denúncia da PGR

O ex-presidente e integrantes do antigo governo foram denunciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada.

Os envolvidos também foram denunciados por dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia ao Supremo ocorreu após a força-tarefa da PGR analisar inquérito da Polícia Federal com mais de 884 páginas sobre as investigações que levaram ao indiciamento de 40 pessoas, no total.

Com informações do Metrópoles.

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