O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (20), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser preso caso seja comprovada a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado. Em entrevista à Rádio Tupi FM, Lula enfatizou a gravidade das acusações e disse não ver alternativa diferente da prisão, caso as provas confirmem a participação de Bolsonaro e seus aliados.
“Tenho certeza que se for grave, só tem uma saída: ser preso. Ele que participou dessa quadrilha que estava não tentando, mas tomar conta do país como se fosse propriedade privada”, declarou o petista.
Lula defendeu que Bolsonaro e os demais denunciados tenham o direito à ampla defesa, mas ressaltou que, se as investigações confirmarem as acusações, a condenação será inevitável. “Se for provada a denúncia feita pelo procurador-geral [Paulo Gonet] da tentativa de golpe, da participação do ex-presidente e do escalão de 1º grau dele, da tentativa de morte de um ministro da Suprema Corte, do presidente e do vice-presidente, é uma coisa extremamente grave”, afirmou.
O petista comparou o suposto plano de assassinato de autoridades ao período de repressão aos partidos comunistas no Brasil. “Outro dia eu estava dizendo que os partidos comunistas brasileiros que foram perseguidos por quase 50 anos sem ter feito 10% do que a equipe do ex-presidente tentou fazer nesse país”, disse Lula.
Para Lula, Bolsonaro confessa culpa ao pedir anistia
Lula afirmou que Bolsonaro, ao pedir anistia para acusados de conspirar contra a democracia estaria, na prática, está admitindo culpa.
“As pessoas que ficam querendo antecipar uma discussão sobre anistia estão acusando. Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando ‘vou provar minha inocência’”, disse Lula.
O petista também ironizou o comportamento de Bolsonaro diante das investigações. “Ele deveria estar dizendo ‘sou inocente, vou provar minha inocência’. Mas está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: ‘Gente, eu sou culpado. Tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, não deu certo porque tive uma diarreia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos’”, afirmou.
Lula ressaltou ainda que o julgamento do caso será um teste para a imparcialidade da Justiça. “O processo vai mostrar que a Justiça é verdadeiramente para todos”, declarou.
Na última terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado entre 2021 e 2023. A delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi tornada pública na quarta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no Supremo Tribunal Federal.
Com informações do g1
