O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, liberou para o Conselho de Ética da Casa as representações que pedem as cassações de quatro deputados federais. São os primeiros pedidos de cassação liberados em 2024. A informação é do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
Os processos são contra Chiquinho Brazão, preso sob acusação de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco; Delegado da Cunha, acusado de agredir a ex-namorada, além de Fernanda Melchiona, por ter “proferido ofensas aos filhos de Jair Bolsonaro em uma comissão” e Glauber Braga, por “empurrar e dar puxões” no deputado Abílio Brunini (PL-MT).
A representação contra Brazão é assinada por Paula Coradi, presidente do Psol, que argumenta que a cassação do deputado é “urgente” e sua presença na Câmara é uma “vergonha para a Casa”. Ele está preso desde domingo e há um pedido de vista para a cassação em plenário.
O sorteio do relator do processo contra Brazão deve ser escolhido na segunda semana de abril, segundo o jornalista, pois na próxima semana não terá sessões por conta da janela partidária – período em que parlamentares estarão envolvidos nas filiações de aliados nos municípios.
O PSol também assina o pedido de cassação contra Delegado da Cunha (PP-SP). Nele, o partido afirma que o deputado “desonrou o cargo para o qual foi eleito abusando das prerrogativas asseguradas para cometer ilegalidades”. Imagens e áudios relevados pelo Fantástico mostram da Cunha agredindo a ex-mulher Betina Grusiecki.
Já o processo contra Glauber Braga é de autoria de Valdemar Costa Neto, do PL, em defesa do deputado Abílio Brunini (PL-MT) que afirma ter sido “empurrado e levado puxões” de Glauber durante um evento na Comissão de Direitos Humanos. Imagens mostram Glauber e outros deputados pedindo que Brunini se retirasse do ato em defesa de Gaza.
Há ainda um pedido de cassação contra Melchiona por ela ter chamado familiares de Bolsonaro de “familícia”, associando os familiares de ter envolvimento com milicianos. O episódio ocorreu em 5 de dezembro, na Comissão de Segurança Pública da Câmara.