Ladeira dos Tabajaras tem rotina retomada após operação que deixou cinco mortos

O policiamento na região segue o previsto, sem reforços. Segundo a Civil, um dos envolvidos na morte do agente da Core ainda é procurado | Foto: Divulgação/PMERJ

Após a operação que deixou cinco mortos na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, moradores tiveram a rotina retomada na manhã desta quarta-feira (16). Segundo a Polícia Militar, o policiamento na região segue o previsto, sem reforços. A comunidade viveu momentos de terror na terça (15) durante ação para localizar envolvidos na morte do policial civil da Core João Pedro Marquini.

Durante intenso confronto, que ocorreu no horário de saída das escolas, pais e alunos ficaram em meio ao fogo cruzado. Em uma das imagens, registradas pelo jornal O Dia, é possível ver o momento em que um homem esconde os olhos do filho ao passar ao lado de um corpo jogado no chão.

Homem cobre o rosto de criança ao passar por corpo na Ladeira dos Tabajaras | Foto: Pedro Teixeira

Dentre os mortos na operação está Vinicius Kleber di Carlantonio Martins, o ‘Cheio de Ódio’, chefe do tráfico na região. Ainda na noite de terça (15), agentes da Core prenderam Antonio Augusto D’Angelo da Fonseca, escondido no apartamento da mãe em Copacabana.

Apesar disso, a Polícia Civil ainda busca Walace Andrade de Oliveira, outro envolvido no caso. Em apoio, o Disque Denúncia divulgou, nesta quarta (16), um cartaz a fim de obter informações que levem à localização e prisão do criminoso, ligado a facção criminosa Comando Vermelho e pertencente ao tráfico de drogas que atua na Ladeira dos Tabajaras.

Entenda o caso

João Pedro era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais e casado com a juíza Tula Mello. Em uma publicação nas redes sociais, a magistrada contou que ele agiu para salvá-la durante a tentativa de assalto e não chegou a atirar contra os criminosos, antes de ser baleado com cinco tiros de fuzil. No momento do crime, a vítima estava em um veículo logo atrás da mulher, que também teve o carro atingido.

O automóvel da juíza, que atua no III Tribunal do Júri, era blindado e ela não ficou ferida. Na sequência, os bandidos fugiram em direção à comunidade César Maia, em Vargem Pequena, região que vive uma disputa de território entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e milicianos. Um veículo que teria sido usado pelos bandidos foi apreendido no local, com diversas marcas de tiros, além de vidros quebrados.

Em coletiva, a Polícia Civil informou que o grupo saiu da comunidade dos Tabajaras para atacar milicianos no Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste. No retorno, os criminosos planejaram roubar os veículos do casal para seguir viagem sem levantar suspeitas.

“O grupo que praticou esse homicídio sai do Tabajaras para dar um ataque em Antares. Na volta, no intuito de trocar de veículos, tendo em vista que o carro deles estava alvejado, eles tentam roubar os carros onde estavam a Tula e o Marquini”, detalhou o delegado Rômulo Coelho, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O carro usado no crime foi encontrado horas depois na comunidade Cesar Maia, em Vargem Grande, com placas clonadas. A ofensiva contra a milícia foi ordenada por Ronaldinho Tabajara, que controla o tráfico na região, e executada por Vinicius Kleber, segundo a polícia.

Com informações do O Dia

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