Justiça condena membros do PCC por plano para assassinar Sergio Moro

Senador cobra identificação de mandante enquanto investigação da PF avança

A Justiça Federal do Paraná condenou oito integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) por planejarem o assassinato do senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR). A sentença foi proferida pela juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que também absolveu outros três réus.

O plano seria uma retaliação à portaria assinada por Moro, enquanto ministro da Justiça no governo Bolsonaro, que restringia visitas a presos em penitenciárias federais. Dois dos acusados no caso foram mortos em junho de 2024 na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, em Presidente Venceslau (SP).

Após a decisão, Moro elogiou as instituições envolvidas e cobrou avanços. “Falta descobrir o mandante do crime, e a investigação da Polícia Federal precisa continuar com este objetivo. Não nos curvaremos a criminosos. Continuarei, no Senado, defendendo a lei, a ordem e penas severas contra o crime organizado”, afirmou.

Os condenados e o esquema

Entre os condenados estão Claudinei Gomes Carias, apontado como organizador do plano e responsável por alugar um imóvel em Curitiba que seria usado na ação. Ele também teria realizado vigilâncias sobre Moro e gerenciado os custos da operação. A polícia identificou desvio de recursos por parte de Claudinei.

Aline de Lima Paixão, esposa de um dos réus mortos na prisão, chegou a ser solta temporariamente, considerando que tem três filhos pequenos. Já Herick da Silva Soares, conhecido como “Sonata”, e Franklin da Silva Correa foram responsabilizados pela contabilidade do grupo e levantamentos sobre as possíveis vítimas.

Operação Sequaz

A conspiração foi desarticulada em 2023 pela Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal. Além de Moro, o PCC planejava ações contra outras autoridades, como o promotor Lincoln Gakiya. A investigação foi conduzida por Gabriela Hardt, que substituiu Moro na Lava Jato, mas foi afastada pelo CNJ.

Na época, o presidente Lula questionou a veracidade do plano. “Acho que é mais uma armação do Moro, mas quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu”, declarou.

Com informações de O Globo

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