Justiça aceita denúncia e três viram réus por assassinato de advogado no Centro do Rio

A Justiça aceitou a denúncia e tornou réus os três indiciados pelo homicídio qualificado do advogado Rodrigo Marinho Crespo, morto a tiros no Centro do Rio em 26 de fevereiro.

O inquérito foi enviado no dia 24 ao Ministério Público do Rio. O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado denunciou Leandro Machado, que é policial militar, Eduardo Sobreira Moraes e Cezar Daniel Mondêgo de Souza. Os três estão presos.

Na decisão, também ficou determinada o afastamento de Leandro da PM e a perda de seu porte de arma.

A Polícia Civil segue investigando para apurar se há mais envolvidos no crime.

Advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, morto a tiros no Rio — Foto: Reprodução

A motivação do homicídio ainda é considerada incerta, mas a Delegacia de Homicídios investiga se ligações da vítima com o setor de apostas online podem ter relação com o crime.

No dia 9 de abril, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão contra Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, atual patrono do Salgueiro; e outras oito pessoas investigadas no inquérito da morte de Rodrigo Marinho Crespo.

Entenda a participação de cada um dos indiciados:

Leandro Machado da Silva: policial militar que, segundo as investigações, providenciou os carros usados no crime.

Cezar Daniel Mondego de Souza: apontado como responsável por monitorar a vítima. Tinha cargo comissionado com salário de até R$ 6 mil na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj).

Eduardo Sobreira Moraes: É apontado pela polícia como o responsável por seguir os passos de Rodrigo, dirigindo o carro para Cezar enquanto acompanhavam a movimentação da vítima antes do assassinato.

PMs habilitados em locadora

A Polícia Civil já obteve diversas informações que ligam os alvos que já foram presos a outros investigados pela DH da Capital.

No mesmo dia da operação que cumpriu diversos mandados de busca e apreensão, o policial Vitor Hugo Henrichs Mello foi preso em flagrante porque estava com um carregador de uma munição de calibre mais alto que o permitido.

De acordo com a decisão da 3ª Vara Criminal que autorizou as buscas contra os alvos, Vitor Hugo utilizou um veículo alugado na locadora Horizonte 16, a mesma em que foram alugados os carros usados para monitorar os passos de Rodrigo Marinho Crespo antes do crime.

Outros dois PMs investigados estavam habilitados a retirar veículos que foram alugados na locadora.

Vitor Hugo e outros dois PMs investigados pela DH trabalham no mesmo batalhão de Leandro Machado, o 15º BPM (Duque de Caxias), onde também atuou o ex-policial militar Rafael do Nascimento Dutra, o Sem Alma. Machado e Sem Alma aparecem em uma foto juntos, em uma festa de aniversário.

Leandro Machado ao lado de Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma — Foto: Reprodução

Sem Alma é acusado de chefiar um grupo de extermínio que atua a mando da contravenção e da máfia de cigarros ilegais no Rio de Janeiro. Atualmente, ele está foragido.

Máfia de cigarros e contravenção

O alvo de um dos mandados de busca já foi abordado transportando cigarros e alegou que prestava serviços para a empresa SulAmericana, de Duque de Caxias, área de origem de Adilsinho. Ele ainda tem outras anotações criminais relativas ao crime de contrabando de cigarros.

O mesmo alvo, acompanhado de outro investigado, foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo, em um inquérito de 2020. Os dois estavam armados, no município de São Fidélis, com caixas de cigarros.

Adilsinho e Claudio Coutinho foram denunciados por suspeita de participar da Máfia do Cigarro no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução TV Globo

Um dos alvos tem ligações com Cláudio Oliveira Coutinho, irmão de Adilsinho. Os dois foram investigados por participação na máfia de cigarros no Rio de Janeiro, mas a investigação foi trancada pelo STJ no passado. Cláudio Oliveira Coutinho não sofreu buscas relativas à investigação da morte de Rodrigo.

Um dos policiais militares é apontado na investigação como segurança pessoal de um dos sócios de Cláudio.

Procurada, a defesa de Adilsinho afirmou que o empresário Adilson Coutinho Filho é “inocente e nega qualquer envolvimento com os fatos investigados.” A defesa de Cláudio Coutinho não quis se manifestar.

Com informações do G1

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