Ida de André Ceciliano para articulação política de Lula fortalece relação dos prefeitos com o Planalto

Lula e André Ceciliano estão sempre juntos em campanhas eleitorais nas cidades da Baixada Fluminense.

*Paulo Cezar Pereira

André Ceciliano será a ponte que os prefeitos terão para resolver projetos prioritários

Os deputados, prefeitos e vereadores das cidades da Baixada Fluminense estão comemorando a ida de André Ceciliano, com acesso a Lula, para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Dois prefeitos, Dudu Reina ( Nova Iguaçu) e Márcio Canella ( Belford Roxo), esperam que a nome do ex-prefeito de Paracambi e da Alerj os ajudem a tirar do papel o projeto Iguaçu, cuja retomada é reivindicada há décadas pelos moradores das duas cidades da região para que não se repitam as enchentes provocadas anualmente pelo transbordamento do Rio Botas. Os prefeitos Luiz Fernando Pezão ( Piraí) e Eduardo Paes ( Rio) tem acesso direto a Lula.

O nome de André Ceciliano vem sendo cotado para ganhar mais protagonismo dentro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) . Atualmente, Ceciliano ocupa a Secretaria Especial de Assuntos Federativos, mas fontes do governo indicam que ele pode ser movido para um posto de maior influência dentro da estrutura de articulação política do Palácio do Planalto agora comandada por Gleisy Hoffmam (PT).

Prevista para se concretizar nos próximos dias, o novo espaço será um reconhecimento não apenas à habilidade política de Ceciliano, mas também de seu papel estratégico dentro do governo. A movimentação ocorre após o sucesso do Encontro de Novos Prefeitos, realizado em fevereiro, evento que reuniu mais de 25 mil participantes, incluindo cerca de 3 mil prefeitos e prefeitas.

Além de seu histórico de atuação política, Ceciliano também se destaca pelo bom trânsito com diferentes setores da sociedade civil e do empresariado, o que pode ser um fator relevante na escolha de seu novo posto. Sua capacidade de articulação com prefeitos e governadores tem sido um diferencial dentro da SRI, garantindo um canal eficiente de comunicação entre os entes federativos e o governo federal. O fortalecimento de sua posição poderia indicar uma estratégia do Planalto para reforçar a governabilidade e estruturar um modelo de articulação política mais eficiente e integrado.

Ceciliano, apesar de não ter recebido os créditos publicamente, foi apontado como peça fundamental para viabilizar o evento, o que aumentou seu prestígio junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a integrantes da SRI. Esse evento foi visto como um marco na aproximação do governo federal com os municípios e fortaleceu a imagem do governo como aliado das prefeituras, reforçando a importância de uma coordenação eficaz na articulação federativa.

Dentro do governo, Ceciliano é visto como um articulador estratégico, capaz de equilibrar demandas de diferentes esferas federativas. Sua esperada ascensão para um cargo de maior projeção reforçaria seu papel como interlocutor-chave entre o Planalto e lideranças políticas, ampliando o alcance das negociações do governo com governadores, prefeitos e parlamentares. Sua experiência na condução de articulações políticas complexas o torna um nome natural para assumir uma função de maior responsabilidade, principalmente em um cenário no qual o governo busca ampliar sua base de apoio no Congresso Nacional e garantir a implementação de projetos prioritários.

Fontes no Planalto indicam que essa movimentação faz parte de um rearranjo mais amplo dentro da SRI. Segundo informações obtidas, Dario Berger estaria sendo cogitado para assumir a Secretaria-Executiva da SRI, enquanto André Ceciliano sairia da Secretaria Especial de Assuntos Federativos (SAF) para assumir a Secretaria Especial de Assuntos Parlamentares (SEPAR/SRI). Com essa mudança, Olavo Noleto seria deslocado para a Secretaria Especial de Assuntos Federativos, completando a nova configuração da equipe de articulação do governo.

O cargo que Ceciliano poderia assumir ainda não está definido oficialmente, mas sua possível ida para a SEPAR/SRI reforçaria a presença de um nome com trânsito no Legislativo e consolidaria sua influência na articulação política do Planalto. A SEPAR tem a responsabilidade de encaminhar projetos prioritários e garantir a sustentação política do governo no Congresso, função que exige habilidade em negociação e construção de consensos, qualidades reconhecidas no perfil de Ceciliano. Em um momento no qual o governo precisa garantir apoio para avançar com pautas estruturantes, a presença de um articulador experiente pode ser um diferencial significativo.

*Paulo Cezar Pereira, Jornalista, é Editor Chefe do Nova Iguassu Online

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