Greve dos caminhoneiros continua forte, apesar de acordos com os governos federal e do Rio

maio 25, 2018 /

O Estado do Rio vai reduzir em quatro pontos percentuais a alíquota de ICMS sobre o óleo diesel, que hoje é de 16%. Com isso, representantes das transportadoras de combustível  e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do do Rio (Sindcargas) se comprometeram a normalizar o abastecimento no Estado já a partir desta sexta-feira (25/05). O anúncio foi feito pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (AlerJ), André Ceciliano (PT), após reunião com representantes dos caminhoneiros nesta sexta-feira (24/05).

No entanto, 90% dos postos do Estado do Rio continuam sem gasolina no estado do Rio com a continuidade da greve que chega ao quinto dia consecutivo. A Ceasa, que normalmente recebe 600 caminhões carregados de produtos até às 8 horas, só havia recebido 4o . No Sul Fluminense, por causa da falta de transporte, o leite foi jogado fora pelos produtores. Ainda na Ceasa, o saco com 50 quilos de batata que normalmente custa R$70,00 chegou a ser vendido a R$ 500,00. Os transportes públicos estão com poucos ônibus circulando, o BRT no Rio fechou 40 estações e faltam alguns produtos básicos nos supermercados por causa do desabastecimento. Gananciosos, donos de postos de gasolina chegaram a cobrar R$ 10,00 por um litro de gasolina. Na Baixada, as filas nos postos varou a madrugada. Em meio à crise, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou uma investigação para apurar denúncias de que está havendo locaute, provocado pelo impedimento, pelos patrões, do trabalho dos caminhoneiros autonômos. O custo do acordo do governo federal com algumas lideranças dos caminhoneiros chega a R$ 5 bilhões, dinheiro que vai aumentar ainda mais o déficit nas contas públicas, mas os caminhoneiros grevistas alegam que não estavam representados na reunião com o governo,ontem, em Brasília.Na Via Dutra, em Seropédica, estrá localizado o principal ponto de bloqueio com protesto dos caminhoneiros.

No encontro realizado no Palácio Guanabara, o Governo também se comprometeu a estudar a mudança no recolhimento do ICMS do setor de transportes de cargas, que passaria a ser cobrado das empresas que contratam os serviços e não mais das transportadoras. “Foi uma grande conquista para o Estado do Rio. Recebemos o movimento e fizemos a intermediação para que o governo reduzisse o ICMS sobre o diesel. Os caminhoneiros vão retirar o piquete das portas das empresas de combustíveis, que era o principal problema”, comemorou Ceciliano.

Pezão explicou que o decreto reduzindo a alíquota será feito ainda nesta sexta. “Acredito que até a próxima segunda (28/05) esta medida seja publicada no Diário Oficial. Estou muito satisfeito com este acordo e tenho certeza que o Rio aumentará a sua arrecadação e a sonegação fiscal diminuirá”, afirmou o governador.

Atualmente, a alíquota de ICMS sobre o diesel é de 14%, com um adicional de 2% que é destinado ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza. “Todos os outros estados do sudeste tinham una alíquota menor. Vamos normalizar o abastecimento durante o fim de semana”, afirmou Francesco Cupello, presidente do Sindicargas.

Também presente na reunião, o presidente da Associação das Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado do Rio, Ailton Gomes, comemorou o acordo. “Já esperávamos por essas medidas desde o fim do ano passado. Fizemos várias reuniões com o deputado André Ceciliano e finalmente o ICMS sobre o diesel abaixou”, declarou.

Paulo Cézar

PAULO CEZAR PEREIRA, também chamado de PC ou Paulinho da Baixada, aprendeu jornalismo nas redações de alguns principais veículos – rádios,jornais e revistas. Conheceu, como Repórter Especial do GLOBO, praticamente todos os estados brasileiros, as duas antigas Alemanhas antes da reunificação, Suiça, Austria, Portugal, França, Itália, Bélgica, Senegal, Venezuela, Panamá, Colômbia e a Costa Rica. É casado com Ana Maria e tem três filhas que já lhe deram cinco netos. Tem três paixões: a família, o jornalismo e o Flamengo. No passado, assessorou um governador, um senador, dois prefeitos e vários deputados. Comandou a área de Comunicação de Nova Iguaçu num total de 12 anos. Já produziu três livros : um para a Coleção Tiradentes, outro contando a evolução de Nova Iguaçu quando a cidade completou 170 anos, e o do jubileu de ouro da Diocese de Nova Iguaçu.