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Furacão Milton atinge centro da Flórida, deixa mortos e milhões de deslocados e sem luz

Furacão Milton na Flórida - Foto: Miguel J. Rodriguez Carrillo/AFP

O furacão Milton afeta o centro da Flórida com chuvas torrenciais e fortes rajadas de vento, desde a noite de quarta-feira (9), após ter tocado o solo na costa oeste do estado, onde há mais de um milhão de pessoas deslocadas, mais de 2,6 milhões de residências sem eletricidade e, até agora, nove mortes confirmadas, mas o número deve ser atualizado em breve por conta dos desaparecidos.

De acordo com a NBC News, a última contagem de mortes chegou a nove depois que o xerife do condado de Volusia, Michael J. Chitwood, confirmou que três pessoas morreram em sua jurisdição.

“Uma pessoa morreu depois que uma árvore caiu, ele não sabia neste momento como as outras duas morreram”, disse ele.

Antes mesmo de tocar o solo, a aproximação de Milton à Flórida havia causado estragos. Houve diversos relatos de tornados relacionados à tempestade, que destruíram casas e derrubaram árvores.

Um deles atravessou uma comunidade de aposentados em Fort Pierce, no condado de St. Lucie, na costa leste da Flórida e causou pelo menos duas das mortes registradas, de acordo com informações da polícia.

Entulhos em uma rua deixados pelo furacão Milton em Bradenton, Flórida, EUA, 10 de outubro de 2024. Crédito: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH| EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Segundo boletim mais recente do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, Milton está a 120 quilômetros a sudoeste de Orlando e seus ventos se enfraqueceram para 165 km/h, mas continuam “potencialmente destrutivos”.

O furacão tocou o solo em Siesta Key, na costa oeste, ao sul da cidade de Tampa, às 20h30 locais (21h30 em Brasília), com ventos de até 205 km/h, na categoria 3 na escala Saffir-Simpson (de um máximo de 5).

O NHC prevê que Milton, agora de categoria 1 e que avança em direção leste-nordeste a cerca de 26 km/h, cruze a península da Flórida durante a noite e se situe em frente à costa leste do estado nesta quinta-feira (10).A área da marina de Oyster Bay está fechada enquanto a cidade se prepara para o furacão Furacão Milton em Oyster Bay, Sarasota, Flórida. Crédito: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH| EFE

Em toda a área no cone de trajetória de Milton na Flórida são registradas chuvas que, em alguns casos, superaram o recorde para um só dia e equivalem à média de vários meses ou até mesmo de um ano, como na cidade costeira de St. Petersburg, uma das mais afetadas pela passagem do furacão, segundo informou a emissora CNN.

A cobertura do estádio da equipe de beisebol Tampa Bay Rays, situado em St. Petersburg, ficou totalmente destruída pelos ventos do furacão. O estádio estava preparado para acolher emergências quando Milton passasse pela área da baía de Tampa.

Segundo fontes dos bombeiros de St. Petersburg citadas pelo canal NBC6 de Miami, no momento em que a cobertura voou havia gente dentro do estádio, mas as pessoas ficaram ilesas porque tinham se refugiado nos corredores internos.

Ainda não há como mensurar os dados causados pelo furacão, algo que começará a ser calculado a partir do amanhecer na Flórida, mas as imagens de sua chegada mostram o aumento do nível do mar, inundações, casas em escombros, árvores e postes caídos e barcos à deriva.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões, o furacão Milton atingiu a costa oeste da Flórida na quarta-feira à noite como uma tempestade de categoria 3. Crédito: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH| EFE

Segundo o site PowerOutage.us, o número de clientes das companhias elétricas da Flórida sem serviço já passa de 2,6 milhões.

O xerife do condado de Hillsborough, Chad Chronister, publicou um vídeo nas redes sociais no qual “implora” aos habitantes, como chefe policial e como pai, para que se refugiem e não saiam.

Destroços após o furacão Milton passar por Bradenton, Flórida, EUA. Crédito: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH| EFE

Em Tampa, o mar subiu mais de três metros acima do seu nível normal.

Dias antes da chegada de Milton, autoridades da Flórida emitiram ordens de evacuação para milhões de pessoas em uma ampla área do estado e advertiram que continuar nesses lugares era um risco à vida. Moradores foram alertados para se prepararem para o pior dos furacões nos últimos tempos. O prefeito da cidade de Bradentown, Gene Brown, pediu para aqueles que decidiram ficar escrevam seus nomes nos braços. Isso seria necessário para que as pessoas sejam identificadas no caso de morte em decorrência da passagem do furacão.

“Vai ser poderoso. Então, por favor, tomem as precauções adequadas. Ele [furacão Milton] tem o potencial de causar muitos danos”, disse o governador da Flórida, Ron DeSantis.

Milton causou estragos em outros lugares antes de chegar aos EUA. Ele provocou inundações, apagões, falhas nas redes de telefonia celular e o transbordamento de rios em Yucatán (México), e alagamentos e corte de energia em Havana (Cuba). Nenhum dos dois países, no entanto, esteve na rota do furacão.

Itamaraty alerta brasileiros

O Itamaraty emitiu um alerta nesta quarta-feira aos brasileiros que estão na área de passagem do furacão Milton.

“Recomenda-se a todos os brasileiros que se encontram na região que fiquem atentos aos avisos dos governos locais”, disse o Ministério das Relações Exteriores, que lembrou que as autoridades da região recomendaram “a evacuação de áreas habitadas por 5,5 milhões de pessoas”.

Para emergências envolvendo cidadãos brasileiros, os telefones de plantão dos consulados na região são os seguintes:

Veja alguns registros do furacão publicados em redes sociais:

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