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Fieis se reúnem na catedral de Santo Antônio, em Nova Iguaçu, para missa em sufrágio do Papa Francisco

A missa foi presidida por Dom Gilson Andrade, bispo diocesano, e concelebrada por Dom Luciano Bergamin, bispo emérito, e pelo Monsenhor Max de Jesus, vigário geral, além de expressiva representação do clero diocesano. Fotos: Pastoral da Comunicação/Diocese de Nova Iguaçu/Divulgação.

*Adielson Agrelos

Em clima de profunda emoção e gratidão, a Catedral de Santo Antônio, em Nova Iguaçu, ficou repleta de fiéis nesta terça-feira (22), para a celebração da Santa Missa em sufrágio pela alma do Papa Francisco, falecido na manhã de segunda-feira, 21 de abril, na Oitava da Páscoa. A missa foi presidida por Dom Gilson Andrade, bispo diocesano, e concelebrada por Dom Luciano Bergamin, bispo emérito, e pelo Monsenhor Max de Jesus, vigário geral, além de expressiva representação do clero diocesano.

Um pontificado marcado pela alegria do Evangelho

Durante a homilia, Dom Gilson destacou o legado espiritual e pastoral deixado por Francisco, o primeiro Papa latino-americano da história. Inspirado nas palavras de Maria Madalena no dia da Ressurreição – “Eu vi o Senhor!” – o bispo afirmou que, ao longo de seus 12 anos de pontificado, Francisco foi um sinal visível da presença do Ressuscitado. “Ele, com sua palavra e seus gestos, nos fez ver o Senhor”, disse.

A missa pelo Papa Francisco lotou de fiéis a catedral de Santo Antônio de Jacutinga.

Dom Gilson lembrou que o falecimento de Francisco na Oitava da Páscoa pode ser entendido como uma última mensagem: “A alegria da Páscoa nos basta. E não foi a alegria a grande mensagem do Papa Francisco?”. Citou como marcos de seu pontificado documentos como Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), Amoris Laetitia (“A Alegria do Amor”) e Gaudete et Exsultate, que resgatam temas centrais do Concílio Vaticano II, como o chamado universal à santidade.

Um pastor próximo, simples e fraterno

O bispo de Nova Iguaçu compartilhou também memórias pessoais com o pontífice, destacando sua simplicidade e proximidade. Recordou um momento marcante durante a JMJ de 2013 no Rio de Janeiro, quando, ao pedir que o Papa abençoasse um terço para sua mãe, ouviu: “Saúda tua mãe da minha parte!”. Também relembrou o período em que esteve hospedado na Casa Santa Marta, no Vaticano, durante o Sínodo da Juventude, e a convivência fraterna com Francisco no dia a dia.

“Ele quis lembrar ao mundo que somos todos irmãos”, disse, referindo-se à encíclica Fratelli tutti, sobre a fraternidade e a amizade social. Para Dom Gilson, Francisco foi um ponto de referência em um mundo marcado por conflitos, desigualdades e crises, tendo sempre os pobres e os marginalizados como prioridade em seu ministério.

Dom Luciano Bergamin, bispo-emérito da Diocese de Nova Iguaçu, concelebrou a missa em sufrágio do Papa Francisco

Francisco, o Papa do gesto

Mais que palavras, os gestos de Francisco marcaram seu pontificado. Nos últimos dias de vida, mesmo debilitado, visitou o presídio Regina Coeli na Quinta-feira Santa e levou flores à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, em sinal de gratidão à Virgem Maria — local onde será sepultado no próximo sábado.

O bispo encerrou a homilia recordando o lema episcopal de Francisco, miserando atque eligendo (“olhar com misericórdia e escolher com amor”), e convocou os fiéis a transformar o luto em compromisso com seu legado: “Ide, sem medo, para servir!”, exortou, citando a despedida do Papa aos jovens voluntários da JMJ.

Breve biografia

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Foi eleito Papa em 13 de março de 2013, adotando o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis. Tornou-se o primeiro pontífice jesuíta e latino-americano da história da Igreja. Seu pontificado foi marcado pela ênfase na misericórdia, na justiça social, na ecologia integral e na reforma da Cúria Romana. Francisco também promoveu o diálogo inter-religioso, destacou o papel dos leigos e incentivou uma Igreja em saída, próxima dos pobres e das periferias.

Última mensagem: esperança pascal

A última mensagem pública de Francisco foi a tradicional bênção Urbi et Orbi, no Domingo de Páscoa (20 de abril), na qual proclamou: “Jesus, o Crucificado, não está aqui; ressuscitou! O amor venceu o ódio. A luz venceu as trevas. A verdade venceu a mentira. O perdão venceu a vingança.”

Em um tempo pascal marcado pelo luto, a Igreja se despede de um pastor que fez da alegria do Evangelho o coração de seu ministério. Obrigado, Papa Francisco. Descanse em paz.

*Por Adielson Agrelos, Assessor de Imprensa Diocese de Nova Iguaçu

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