O primeiro mapa a apresentar o litoral brasileiro, de Alberto Cantino, de 1502, e o que registrou toda a costa do país, com os índios e o pau-brasil, de Lopo Homem e Antonio de Holanda, de 1519, são algumas das preciosidades da exposição Brasil no [Centro do] Mapa, aberta ao público na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, no Rio de Janeiro. São 15 mapas que revisitam a realidade física desde o século XVI, quando eram feitos à mão, até os dias de hoje, produzidos por sistemas tecnológicos.
A curadoria é de Paulo Protasio, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra) e diretor executivo da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro. Protasio acredita que o país no centro da perspectiva global – como apresentado em um dos mapas da exposição, pertencente à coleção do Ministério das Relações Exteriores -, dá a verdadeira dimensão continental da América do Sul com os dois oceanos, Pacífico e Atlântico.
“Utilizamos aqui o mapa com a Europa no centro, o que cria distorções como a de que nosso continente conta só com o Atlântico, quando somos bioceânicos”, explica o curador que há alguns anos produziu uma cartografia com o Brasil no meio que consta da mostra. “Temos que pensar nas crianças que iniciam seu aprendizado com mapas que reduzem nosso país”, alerta Protasio.
Além de tesouros artísticos e históricos, a exposição conta ainda com quatro mapas atuais e temáticos com emissão de gás carbônico por habitante (CO2), lixo plásticos, unidades de conservação e energias renováveis.
Dois anos após seu lançamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mostra agora abre a Casa G20, espaço montado em alusão ao grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana, cuja cúpula de líderes será em novembro, no Rio de Janeiro.
Brasil no [Centro do] Mapa fica aberta ao público de forma gratuita até o dia 12 de abril, das 13h às 19h.
