Exposição “Era Uma Vez… Uma Iguaçu Laranja” resgata a História da Citricultura na Cidade de Nova Iguaçu

A mostra ficará em cartaz entre os dias 26 de setembro e 31 de outubro | Foto: "Entre flores e laranjas" - tinta acrílica sobre tela

O Complexo Cultural Mario Marques, conhecido como Casa de Cultura da cidade de Nova Iguaçu, será palco da exposição “Era Uma Vez… Uma Iguaçu Laranja“, que ficará em cartaz entre os dias 26 de setembro e 31 de outubro. A mostra, que destaca a rica história da citricultura em Nova Iguaçu, é uma criação da artista plástica e arte-educadora Bruna Singui, que também atua como produtora do evento.

A exposição apresenta uma série de quadros e instalações artísticas, utilizando técnicas mistas e materiais diversos, onde a cor laranja se destaca como um elemento de conexão com a história de Nova Iguaçu.

Artista plástica e produtora da exposição Bruna Singui

A laranja e sua conexão com a cidade 🍊

Nova Iguaçu, durante as décadas de 1930 a 1940 ganhou o título de “cidade perfume“, e essa fama se deve ao aroma inconfundível das laranjas que perfumavam a cidade. A transição da cana-de-açúcar para os laranjais foi um marco significativo na história local, conforme registros do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). A partir de 1930, as laranjas tornaram-se sinônimo de Nova Iguaçu, transformando o município em um importante polo citrícola do estado do Rio de Janeiro.

A artista Bruna Singui ressalta que a exposição busca trazer à tona a importância que a citricultura teve no desenvolvimento econômico da cidade: “Acho que as pessoas que moram aqui não sabem da importância da laranja para o desenvolvimento econômico e de Nova Iguaçu. Então a minha ideia é que as pessoas conheçam essa história. Valorizem a cidade e saibam o quão importante ela foi dentro desse período”, afirma.

“Cidade perfume”, tinta acrílica sobre tela

Bruna também destaca alguns pontos importantes que a exposição traz, como a curiosidade do porquê Nova Iguaçu era conhecida como ‘Cidade Perfume’ e o papel de figuras importantes, como Francisco Baroni, conhecido como o “Rei da Laranja”, que foi um dos maiores produtores e exportadores de laranjas do Brasil: “Baseei algumas questões da exposição no livro ‘Laranjas do Brasil’, escrito pela Iracema Baroni como uma homenagem ao seu Francisco”, explica.

Além disso, Bruna aborda a mudança de cenário trazida pela Segunda Guerra Mundial, que interrompeu as exportações e levou os produtores a abandonarem os laranjais em busca de novas formas de sobrevivência: “A Segunda Guerra Mundial foi um dos pontos do declínio para o cliclo da laranja em Nova Iguaçu. Eu venho através de algumas colagens mostrando isso […] A cidade começa a se urbanizar, a ter muitas indústrias, e vai mudando todo o panorama”, conta.

“Declínio da laranja”, colagem sobre tela

A cor laranja acabou se tornando uma representação desse período, por isso as cores e símbolos da cidade também têm um papel central na exposição: “Fiz um contraponto da cor laranja com a representatividade dela para Nova Iguaçu. O brasão da cidade, por exemplo, traz laranjas de um lado e cana-de-açúcar do outro. A cor laranja está presente em símbolos locais, como o Nova Iguaçu Futebol Clube e o mascote do Shopping Nova Iguaçu”, detalha a artista.

A exposição promete não apenas informar, mas também emocionar o público, com obras que resgatam a memória dos laranjais e sua importância para a cidade. Bruna menciona uma instalação chamada “Os Pomos eram de Ouro”, uma expressão que remete às Laranjas Pera, que eram produzidas em Nova Iguaçu e que eram consideradas as melhores do Brasil: “É uma forma de valorizar a cultura, o patrimônio, os lugares […], por exemplo, o bairro da Posse foi um importante ponto de laranjais, a Estrada de Madureira, ao longo dela até Queimados, tínhamos ali os laranjais”, completa.

Com um conjunto de pinturas, colagens e instalações, a exposição celebra toda essa fase dourada da citricultura e também traz à tona memórias de um tempo em que o perfume das flores de laranjeira preenchia os ares e encantava aqueles que passavam pela cidade. “Era Uma Vez… Uma Iguaçu Laranja” é uma oportunidade para revisitar esse legado, que, embora tenha sofrido uma reviravolta com a Segunda Guerra Mundial e a consequente industrialização da região, ainda vive nas lembranças dos mais antigos.

Para aqueles que desejam revisitar a história da “cidade perfume” e celebrar a arte, “Era Uma Vez… Uma Iguaçu Laranja” é uma parada imperdível no calendário cultural da cidade.

Abertura da exposição: 26/09/2024, às 19h;
Visitação até: 31/10/2024;
Local: Complexo Cultural Mário Marques;
Rua Getúlio Vargas, 51 – Centro – Nova Iguaçu

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