Um estudo do aplicativo de mobilidade Moovit em 50 regiões metropolitanas de 17 países onde o recurso está presente mostra que 11% dos usuários de transportes dessa área do Rio perdem duas horas ou mais a cada viagem entre suas casas e os locais de destino, incluindo o trabalho. Ou seja, contadas ida e volta, pode-se desperdiçar mais de quatro horas por dia.
O percentual dos habitantes do Grande Rio nessa situação é o pior entre as regiões metropolitanas brasileiras incluídas no estudo — e o oitavo na lista total. Outras regiões do Brasil pesquisadas são Belo Horizonte, Brasília, Campinas (SP), Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.
Quando o critério é o tempo médio de deslocamentos, o Rio segue na frente, com 58 minutos por sentido. Já Porto Alegre tem as viagens mais rápidas — 48 minutos.
O cálculo leva em conta três fatores: o tempo que o passageiro leva para se deslocar até os pontos de embarque, de espera pela condução e a viagem em si. A Cidade do México está em pior situação: 17% perdem quatro horas ou mais por dia no transporte.
— No caso do Rio de Janeiro, isso é uma consequência de falta de planejamento urbano e de transportes. Muitos que dependem do transporte público também precisam morar cada vez mais longe, por falta de opção. O ideal era que tivéssemos um sistema de transportes por trilhos mais eficiente e confiável quanto aos intervalos das viagens. Quando isso se associa à falta de planejamento integrado na Região Metropolitana, a consequência é essa — disse o engenheiro especializado em Transportes Licínio Machado Rogério, do Fórum de Mobilidade Urbana do Rio.
Até 16 minutos de espera
O estudo, com base em dados oficiais repassados pelas cidades, ficou pronto em dezembro, antes de muitos municípios de regiões metropolitanas, incluindo o Rio de Janeiro, terem anunciado reajuste de tarifas. Entre as cidades brasileiras, apenas os usuários de Curitiba indicam o valor da tarifa como a maior preocupação. Nas demais, as principais reivindicações são maior oferta de transportes e intervalos mais confiáveis. Na Região Metropolitana do Rio, esses dois pontos são indicados por 58% dos ouvidos.
No caso do tempo médio de espera, o morador da Região Metropolitana do Rio perde 16 minutos — nessa parte da pesquisa, a grande Recife aparece em pior situação entre as brasileiras pesquisadas, com 20 minutos.
O estudo mostra ainda que, para se deslocar no Rio, metade dos usuários precisa fazer duas ou mais baldeações: é a maior taxa entre as 50 regiões analisadas. Quando o critério é só o Brasil, Porto Alegre é apontada como a que os passageiros menos precisam de baldeações: 55% usam apenas um modal.
Com informações de O GLOBO.