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Endividamento das famílias sobe a 76,4% em fevereiro, afirma CNC

Proporção com dívidas em atraso por mais de 90 dias recuou pelo quarto mês seguido | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os brasileiros ficaram mais endividados, porém menos inadimplentes em fevereiro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 76,1% em janeiro para 76,4% em fevereiro, após duas quedas consecutivas, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Em relação a fevereiro de 2024, quando 77,9% das famílias estavam endividadas, houve uma queda de 1,5 ponto percentual.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Segundo a CNC, o estudo sugere que “parte das famílias brasileiras está optando por fazer uma nova dívida, com condições e prazos mais vantajosos, a fim de pagar as antigas”. A entidade observa ainda que o maior endividamento “não é considerado ruim”, por ter sido acompanhado de uma redução da inadimplência.

A fatia de consumidores com contas em atraso encolheu de 29,1% em janeiro para 28,6% em fevereiro, terceiro mês seguido de reduções. Um ano antes, em fevereiro de 2024, a proporção de famílias inadimplentes era mais baixa: 28,1% tinham contas em atraso.

A proporção de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, caiu de 12,7% em janeiro para 12,3% em fevereiro. Essa parcela era de 11,9% em fevereiro de 2024.

A proporção de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias recuou pelo quarto mês seguido, chegando a 48,2% do total de inadimplentes, menor patamar desde julho de 2024.

“Outro dado positivo é que o porcentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas também apresentou redução, atingindo 20,5%, o menor porcentual desde novembro de 2024”, apontou o relatório da CNC.

Baixa renda

Na passagem de janeiro para fevereiro, as famílias de renda mais baixa ficaram mais endividadas, mas menos inadimplentes.

No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 79,5% em janeiro para 79,7% em fevereiro. Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados permaneceu em 78,5% No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve elevação de 72,5% para 73,6%. No grupo com renda acima de 10 salários mínimos mensais, essa fatia cresceu de 65,3% para 65,5%.

Quanto à inadimplência, no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de famílias com dívidas em atraso desceu de 37,8% em janeiro para 36,7% em fevereiro. Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes saiu de 27,5% em janeiro para 27,9% em fevereiro. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve redução de 22,0% para 21,4%. No grupo que recebe acima de 10 salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes permaneceu em 14,9%.

“As nossas projeções mostram que o endividamento deve continuar aumentando ao longo deste ano, com as famílias sentindo mais confiança em utilizar o crédito para o consumo e a quitação de dívidas antigas, apesar dos juros. Além disso, a inadimplência deve continuar arrefecendo ao longo de 2025”, previu Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, em nota.

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