Um tema cada vez mais importante para a sociedade, a preservação do meio ambiente também mobiliza profissionais de saúde, contagia pacientes e até mesmo os moradores do entorno das unidades da Secretaria de Estado de Saúde. No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quarta-feira, 5 de junho, hospitais estaduais dão o exemplo e fazem a sua parte para diminuir os impactos do homem na natureza, investindo na redução de resíduos e no uso eficiente dos recursos como água e energia.
A aposentada Maria Aparecida Camilo Castro, 80 anos, há quatro anos sai do bairro Engenho da Rainha, na Zona Norte, até o centro do Rio, para descartar tampinhas de garrafas, cartelas de remédios e lacres de latinhas no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN), onde periodicamente faz consultas no ambulatório.
“Sempre trago nos dias de consulta. Há muitos anos tenho esse hábito. Inclusive peço aos vizinhos. Eu deixava na igreja, mas quando vi que no Instituto tem o local adequado para o descarte, passei a entregar aqui. Às vezes venho com sacolas cheias. A reciclagem desses produtos é muito importante. Além de ajudar as pessoas, me sinto contribuindo para melhorar o meio ambiente”, conta a paciente.
O cuidado com o meio ambiente está na cultura dos funcionários do Instituto Estadual do Cérebro. Há alguns anos, um grupo de funcionários voluntários criou a Comissão de Sustentabilidade da unidade, responsável pelos programas de gestão dos resíduos e pelas atividades ambientais e culturais relacionadas à temática.
Atualmente, a coleta de materiais recicláveis é o carro-chefe do programa de sustentabilidade, que é abraçado pelos funcionários e pacientes. Em 2023, foram descartados quase 12 toneladas de papelão, 1 tonelada de papel, 448 quilos de plástico e 411 quilos de tampinhas de garrafas. Esse material é vendido para uma empresa especializada em reciclagem. Os recursos obtidos são aplicados em atividades como as realizadas no Dia Mundial do Meio Ambiente. Há, ainda, coleta de pilhas e baterias usadas.
Bom para o meio ambiente e para o bolso
A reciclagem de óleo usado também é um sucesso na unidade. Somente de janeiro a abril, 35 litros do produto foram recolhidos, mesma quantidade coletada em todo o ano de 2023.
Além da coleta da gordura produzida na cozinha do instituto, funcionários e pacientes também colaboram ao fazer a troca do óleo por produtos de limpeza, como detergente e desinfetante. É a proteção ao meio ambiente dando alívio ao bolso. Que o diga o encarregado de higiene e limpeza André Luiz Amador Medeiros, 56 anos, há seis trabalhando no IEC. O colaborador é um entusiasta da sustentabilidade e um dos mais assíduos na entrega de óleo.
“Quando vim trabalhar no instituto conheci o programa de sustentabilidade e me engajei. Hoje, minha esposa não joga mais o óleo na pia. Guardamos em garrafas e trago para trocar por produtos de limpeza, o que nos ajuda também a economizar. Fazendo isso, contribuo para não poluir o meio ambiente e colaboro para um mundo melhor para os meus filhos e netos. É uma iniciativa muito válida e fico feliz em participar”, afirma André Luiz.
Quem está à frente da Comissão de Sustentabilidade é a enfermeira responsável pelo Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), Camila Nóbrega, que não esconde o entusiasmo com o sucesso das ações junto ao público interno e externo do hospital.
“Até pessoas que moram perto do instituto trazem material para a reciclagem. Não são pacientes, mas ficam sabendo que recebemos e contribuem. Isso é muito gratificante. Tentamos conscientizar sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente, fazemos campanhas e atividades. Falamos das mudanças climáticas. Já sentimos a diferença, mas ainda há muito a fazer”, afirma Camila.
Camila e seus companheiros preparam atividades em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente todos os anos. Nesta quarta-feira, o evento contará com uma palestra sobre os desafios da preservação. Também está programada uma oficina de brinquedos com materiais recicláveis para as crianças internadas na enfermaria infantil do hospital.
Responsabilidade ambiental
Investir em tecnologias mais sustentáveis e processos que minimizem o consumo de recursos é uma forma eficaz de tornar a área da saúde mais responsável ambientalmente.
No Hospital Estadual Zilda Arns, localizado no município de Volta Redonda, no Sul fluminense, a água do banho é quente graças às placas solares. A limpeza geral da unidade é feita com águas pluviais captadas para uso nas descargas e torneiras.
As ações de sustentabilidade também envolvem reciclagem de embalagens plásticas e papelões e captação de óleo de cozinha usado.
“Hoje no Hospital Regional Zilda Arns temos um moderno sistema de armazenamento de águas pluviais e outro de aquecimento de água por placas solares, desta forma, estamos alinhados às melhores práticas de sustentabilidade. Soma-se a essas iniciativas a coleta seletiva de plásticos, papelões e óleo de cozinha utilizado, em parceria a uma cooperativa local”, explica o diretor geral do hospital, Caio Larcher.