
Comissão de Segurança apresenta sugestões ao general Braga Netto
março 1, 2018 /
A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniu pela primeira vez com o interventor na segurança pública do Rio, general Walter Souza Braga Netto. Durante o encontro, a presidente da comissão, deputada Martha Rocha (PDT), apresentou sugestões para melhorar o combate ao roubo de cargas, além de pedir a admissão de concursados na área da segurança e o reforço do policiamento da Baixada Fluminense e do interior. A reunião aconteceu nesta quarta-feira (28) na sede do Comando Militar do Leste, no Centro do Rio.
Martha Rocha também informou que uma reunião com a equipe de intervenção acontecerá na Alerj, ainda sem data definida. A parlamentar garantiu que o trabalho do legislativo continuará sendo feito normalmente mesmo com a intervenção. “Votamos projetos de lei sobre segurança pública na semana passada e vamos continuar discutindo matérias desse tipo. A reunião com o general foi muito proveitosa e estreitamos nosso laço. Assim que as ações da intervenção acontecerem, vamos marcar um encontro na Alerj com a equipe”, declarou.
Segundo a parlamentar, o general se comprometeu a atuar em todo o Estado do Rio. Martha Rocha também entregou um estudo, realizado pela Alerj, sobre o combate ao roubo de cargas e lembrou que o orçamento de R$ 11 bilhões para a área da segurança, aprovado pela Alerj no fim do ano passado, também poderá ser usado na intervenção. “Minha preocupação é com a migração da criminalidade para o interior. Mas o interventor me garantiu que as Forças Armadas estarão em todos os municípios fluminenses. Ele também relatou que terá verba federal, mas ainda não sabe a quantia disponível. Além dessa verba, todo o orçamento do estado para a segurança poderá ser usado pela intervenção”, garantiu.
Outra preocupação dos parlamentares foi sobre a admissão dos concursados da área de segurança. São quatro mil policiais militares que esperam a convocação, além de papiloscopistas, oficiais de cartório e agentes penitenciários. “Mesmo sem ter o poder de contratar trabalhadores, a intervenção pode melhorar a estrutura das policias. É fundamental o investimento social para que não seja utilizada somente a estratégia do confronto”, concluiu a parlamentar.
CPI das UPPs
Também presente na reunião, o deputado Bruno Dauiare (PR), afirmou que os erros cometidos com a instalação de Unidades de Policiais Pacificadoras (UPPs) nas comunidades do Rio não podem ser repetidos pela intervenção militar. Dauiare será presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj que investigará as UPPs. “Nossa CPI será instalada na semana que vem. Muitos problemas aconteceram e vamos apurar todos os erros. Sobre a intervenção, estou preocupado com um possível aumento da violência no interior, como aconteceu na época em que as UPPs foram instaladas. Investimentos precisam ser feitos para a medida dar certo”, destacou.
Os deputados Iranildo Campos (PSD), Marcos Abrahão (PTdoB), Paulo Ramos (sem partido), Zaqueu Teixeira (PDT) e Marcos Muller (PHS) também participaram do encontro.
Foto: Rafael Wallace/Divulgação
Aloma Carvalho
